Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Muitas mulheres se sentem tratadas injustamente na Igreja

A reportagem foi publicada na revista JA - Die Neue Kirchenzeitung, nº 50, 11-12-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.


Essa conclusão vem de uma investigação dos teólogos Paul Zulehner e Petra Steinmair-Pösel, a pedido da revista Welt der Frau (mundo das mulheres), que foi apresentado em Viena no dia 29 de novembro. Segundo esse estudo, muitas mulheres se sentem tratadas injustamente na Igreja, porque, apesar do seu maior compromisso em comparação aos homens na vida prática da Igreja, elas têm muito pouco acesso à possibilidade de incidir na configuração interna da própria Igreja.

Segundo os dados dessa pesquisa – que contém dados relativos ao período 1970-2010 –, há na Áustria mais membros da Igreja entre as mulheres (77%) do que entre os homens (71%). Com relação à frequência regular na missa dominical, as mulheres são mais do que o dobro de homens, e 54% dos membros dos conselhos paroquiais são mulheres.

Os autores do estudo chegam à conclusão de que as atividades das mulheres nas comunidades seguem em grande parte a imagem tradicional da mulher. "As mulheres se ocupam do social e daquilo está no pano de fundo, isto é, o trabalho na sombra. Os homens se ocupam do aspecto financeiro e dos problemas de construção", disseram eles.

De acordo com os resultados da pesquisa, 39% das mulheres na Áustria é da opinião de que a Igreja não é correta com as mulheres: o modo pelo qual a Igreja se relaciona com as mulheres perturba 31% delas. Esse percentual sobe para 38% entre as mulheres que têm menos de 30 anos. A afirmação "São necessárias mais mulheres na direção da Igreja" é apoiada por 64% de todas as mulheres e também pela metade dos homens.

Uma possível consequência dessas convicções: o número de mulheres que se engajam na Igreja, que anteriormente era decisivamente muito maior do que o de homens, se alinhou ao nível mais baixo dos homens. Com base nesses dados, fica claro que, nos últimos anos, mulheres modernas e instruídas se afastaram do âmbito eclesial, juntamente com as suas famílias, explicou Petra Steinmair-Pösel.

A pesquisador, na sua investigação, entende por "mulheres modernas" aquelas que – muitas vezes por razões econômicas –, na sua concepção de vida, unem profissão e família. A teóloga acredita que elas se sentem discriminadas da sua Igreja porque a percebem dirigida unilateralmente dirigido por homens de molde tradicional.