Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eleição: escolher bem agora para não lamentarmos depois

Pe. Pedro Odair Machado*

Nestes dias, visitei o meu amigo filósofo. Com a camisa ensacada de um lado e solta de outro, chinelão de trinta anos atrás e fomos tomar um chimarrão. Ele se acomodou naquela sua cadeira, o trono das grandes máximas e como as eleições estão se aproximando, este era o contexto da nossa análise.

Conversamos sobre política e partidos políticos no tempo de Jesus Cristo e concluímos que nada mudou. Dos partidos políticos da época de Jesus o pior e, o mais perigoso, era o dos fariseus. Jesus os evitava e dizia: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lucas 12, 1b). Estes eram falsos, trabalhavam às escondidas (Mateus 22, 16). Chegaram a difamar Jesus, dizendo que Ele expulsava demônios por belzebu (Lucas 11, 15).

De repente, o meu amigo filósofo, depois de ter saboreado o mate quente, soltou uma máxima: - “Pedrinho, do Diabo eu me defendo, do falso, peço a Deus que me defenda”. - “O que disse você, meu amigo?”, perguntei estranhando a sua colocação. - “Pedrinho, do diabo eu me defendo, porque, na hora, que eu me ajoelhar para rezar, ele vai embora, quanto ao falso, ele é capaz de se ajoelhar para rezar comigo”, explicou ele.

Se as eleições são tão importantes, o que nos afasta deste compromisso? O que nos faz pensar que votar é uma obrigação? Penso que é a falsidade, muita mentira e traições que existem neste campo. E o primeiro a ser traído é o povo.

Infelizmente o direito conquistado duramente ao longo dos séculos, está perdendo a sua credibilidade: o voto. O nosso voto é como uma procuração passada para que pessoas nos representem para cuidar daquilo que é nosso: o patrimônio público. O problema que os nossos representantes eleitos nos traem. Muitos são fariseus mesmo! Passam por santos. Mas, pensam neles, em seus interesses e em se manterem no poder. A grande maioria parece esconder-se sob o poder, deixando de ouvir a coletividade, cumprir promessas e governar de acordo com questões acordadas anteriormente. O acúmulo desta prática resulta em descrença.

É uma pena que muitos não descobriram a importância do seu voto, nesta hora, e os benefícios que a política nos traz. Devemos nos lembrar que a grande maioria das questões do dia a dia das quais queixamos tem relação direta com este nosso voto: o emprego, os salários, a aposentadoria, a segurança, o atendimento adequado na área na saúde, o transporte, o lazer, a cultura, a alimentação, o esporte, os preços, o ensino público, o aproveitamento de nossas crianças na escola, etc.

Esses e muitos outros temas dependem de medidas, ações e regras específicas que mantêm relação direta com os partidos políticos, os representantes, os organismos públicos e os políticos de maneira geral.

Nestas eleições, iremos escolher e definir o grupo de indivíduos que determinará a condução das questões diretamente relacionadas às nossas necessidades, qualidade de vida e bem estar social. Por isso, vamos para as urnas votar conscientemente! Vamos escolher bem agora para não lamentarmos depois. Uma feliz escolha para todos!

*Assessor Diocesano da Pastoral da Comunicação