Pesquisa da organização não governamental Plan Brasil e da Parceria para a Proteção da Criança e do Adolescente (CPP, na sigla em inglês) mostrou que 79% das adolescentes brasileiras não se sentem seguras ao utilizar a internet.
A pesquisa Adolescentes Brasileiras em um Mundo Digital entrevistou 400 jovens de todo o país, por meio de questionários na internet, além de ter sido aplicada também presencialmente em escolas públicas e privadas, nas cidades de São Paulo e Santo André, em 44 meninas e 49 meninos.
Pelo estudo, chegou-se à conclusão que nem mesmo o consentimento dos pais traz sensação de conforto, uma vez que 48% delas afirmaram que os responsáveis não sabem o que elas acessam na rede.
Segundo o gerente da CPP, Luiz Rossi, a falta de familiaridade com as novas tecnologias é um dos fatores que dificultam ações mais efetivas por parte dos pais dos jovens que acessam a internet regularmente. “A atitude é mais de punição do que de orientação, porque eles [pais] não estão sabendo como lidar com uma tecnologia que eles desconhecem”.
As adolescentes, por sua vez, mesmo conhecendo a internet – 27% disseram estar constantemente conectadas e 60% afirmaram conhecer os perigos da rede – ainda não sabem como se defender quando diante de situações aparentemente arriscadas. Apenas um terço declarou saber a quem e como relatar uma situação de perigo online.
O problema aumenta em relação às famílias de menor renda, nas quais as jovens, em sua maioria, usam o computador fora de casa, em geral numa lan house. “Algumas crianças de mais baixa renda têm acesso em casa, mas é uma minoria, a maioria é em lan house”. Nesse ambientes, destaca Rossi, existe pouco controle sobre o que os jovens acessam a rede.
Além disso, as famílias com menos condições financeiras têm, em média, menos conhecimento sobre as novidades da informática. “Os pais não sabem o que está acontecendo porque não usam a internet e não sabem como fazê-lo”, ressaltou.
A situação acaba por deixar vulneráveis especialmente as meninas, na avaliação de Rossi. “Isso porque, tradicionalmente, elas são mais abusadas e exploradas sexualmente, mesmo na sua vida presencial”. Segundo ele, essa também foi a percepção geral dos jovens ouvidos pelo estudo.
A exposição das meninas ao risco de abusos é, de acordo com Rossi, outro ponto que se agrava nas classes mais baixas. “Hoje, as meninas estão apresentando uma forma de sexualidade muito desenvolvida, precocemente, principalmente nas comunidades de mais baixa renda”.
Os riscos existentes no cotidiano das jovens é ampliado com o aumento das interações possibilitado pelas novas tecnologias. “Com a internet, criam-se mais conexões. A não precaução das adolescentes com quem elas estão conversando online faz com que corram mais risco”, explica Rossi. Ele ressalta, ainda, que a falta de precaução na rede é maior entre as jovens que vivem em situação de maior risco no dia a dia, como as que residem em comunidades carentes.
A pesquisa Adolescentes Brasileiras em um Mundo Digital entrevistou 400 jovens de todo o país, por meio de questionários na internet, além de ter sido aplicada também presencialmente em escolas públicas e privadas, nas cidades de São Paulo e Santo André, em 44 meninas e 49 meninos.
Pelo estudo, chegou-se à conclusão que nem mesmo o consentimento dos pais traz sensação de conforto, uma vez que 48% delas afirmaram que os responsáveis não sabem o que elas acessam na rede.
Segundo o gerente da CPP, Luiz Rossi, a falta de familiaridade com as novas tecnologias é um dos fatores que dificultam ações mais efetivas por parte dos pais dos jovens que acessam a internet regularmente. “A atitude é mais de punição do que de orientação, porque eles [pais] não estão sabendo como lidar com uma tecnologia que eles desconhecem”.
As adolescentes, por sua vez, mesmo conhecendo a internet – 27% disseram estar constantemente conectadas e 60% afirmaram conhecer os perigos da rede – ainda não sabem como se defender quando diante de situações aparentemente arriscadas. Apenas um terço declarou saber a quem e como relatar uma situação de perigo online.
O problema aumenta em relação às famílias de menor renda, nas quais as jovens, em sua maioria, usam o computador fora de casa, em geral numa lan house. “Algumas crianças de mais baixa renda têm acesso em casa, mas é uma minoria, a maioria é em lan house”. Nesse ambientes, destaca Rossi, existe pouco controle sobre o que os jovens acessam a rede.
Além disso, as famílias com menos condições financeiras têm, em média, menos conhecimento sobre as novidades da informática. “Os pais não sabem o que está acontecendo porque não usam a internet e não sabem como fazê-lo”, ressaltou.
A situação acaba por deixar vulneráveis especialmente as meninas, na avaliação de Rossi. “Isso porque, tradicionalmente, elas são mais abusadas e exploradas sexualmente, mesmo na sua vida presencial”. Segundo ele, essa também foi a percepção geral dos jovens ouvidos pelo estudo.
A exposição das meninas ao risco de abusos é, de acordo com Rossi, outro ponto que se agrava nas classes mais baixas. “Hoje, as meninas estão apresentando uma forma de sexualidade muito desenvolvida, precocemente, principalmente nas comunidades de mais baixa renda”.
Os riscos existentes no cotidiano das jovens é ampliado com o aumento das interações possibilitado pelas novas tecnologias. “Com a internet, criam-se mais conexões. A não precaução das adolescentes com quem elas estão conversando online faz com que corram mais risco”, explica Rossi. Ele ressalta, ainda, que a falta de precaução na rede é maior entre as jovens que vivem em situação de maior risco no dia a dia, como as que residem em comunidades carentes.