No processo da organização social de uma comunidade deve-se levar em conta todos os segmentos sociais, a fim de contemplar os direitos e os deveres de todos. Para nós que vivemos em um país democrático isso dever ser fundamental, para que de fato, seja democrático. Desta forma haverá uma participação efetiva nos destinos da sociedade, sem máscaras, passando a ser realmente, um povo que faz acontecer os destinos traçados por todos. A transparência e a participação são elementos fundamentais para que haja justiça e dignidade para todos, principalmente para os descartados e excluídos do processo.
O documento de Aparecida diz o seguinte: “Constatamos um certo progresso democrático que se demonstra em diversos processos eleitorais. No entanto, vemos, com preocupação, o acelerado avanço de diversas formas de regressão autoritária por via democrática que, em certas ocasiões, resultam em regimes de corte neo-populista. Isso indica que não basta uma democracia puramente formal, fundada em procedimentos eleitorais honestos, mas que é necessário uma democracia participativa e baseada na promoção e respeito dos direitos humanos.
Uma democracia sem valores como os mencionados torna-se facilmente ditadura e termina traindo o povo”(DA 74). Assim entendo que não se faz democracia de fachada ou de aparência e sim com profundo espírito de participação e respeito por todas as organizações, principalmente dos pequenos e marginalizados.
Os bispos, na 5ª Conferência em Aparecida, entenderam que “a irrupção de novos atores sociais como os indígenas, as afro-americanos, as mulheres, os profissionais, uma extensa classe média e os setores marginalizados organizados, vem favorecendo a democracia participativa e estão se criando maiores espaços de participação política.
Esses grupos estão tomando consciência do poder que tem nas mãos e da possibilidade de gerarem mudanças importantes para a conquista de políticas públicas mais justas, que revertam sua situação de exclusão”(DA 75). A Sociedade civil assumindo uma atitude de protagonismo faz nascer novas iniciativas, de maneira especial por parte das organizações populares.
Ficamos sempre e cada vez mais sem palavras diante dos escândalos de corrupção, “envolvendo os poderes legislativo e executivos em todos os níveis, alcançando também o sistema judiciário que muitas vezes, inclina seu juízo a favor dos poderosos e gera impunidade, o que coloca em sério risco a credibilidade das instituições públicas e aumenta a desconfiança do povo, fenômeno que se une a um profundo desprezo pela legalidade. Em amplos setores da população especialmente entre os jovens, cresce o desencanto pela política e particularmente pela democracia...”(DA 77).
Em tempos de pandemia, surge medo, desconfiança e até pânico, o que não resolve absolutamente nada. Nesta situação, nada de grande e definitivo se faz, a não ser levar a sério as pequenas iniciativas de precaução e prevenção. Assim, acredito que a sociedade atual vai dar resposta aos grandes problemas sociais, principalmente ao crescente número de descartados, somente quando acreditar nas pequenas iniciativas que nascem das pequenas organizações.
Os grandes respeitando os pequenos.... quando será?
*Dom Anuar Battisti é Arcebispo de Maringá
O documento de Aparecida diz o seguinte: “Constatamos um certo progresso democrático que se demonstra em diversos processos eleitorais. No entanto, vemos, com preocupação, o acelerado avanço de diversas formas de regressão autoritária por via democrática que, em certas ocasiões, resultam em regimes de corte neo-populista. Isso indica que não basta uma democracia puramente formal, fundada em procedimentos eleitorais honestos, mas que é necessário uma democracia participativa e baseada na promoção e respeito dos direitos humanos.
Uma democracia sem valores como os mencionados torna-se facilmente ditadura e termina traindo o povo”(DA 74). Assim entendo que não se faz democracia de fachada ou de aparência e sim com profundo espírito de participação e respeito por todas as organizações, principalmente dos pequenos e marginalizados.
Os bispos, na 5ª Conferência em Aparecida, entenderam que “a irrupção de novos atores sociais como os indígenas, as afro-americanos, as mulheres, os profissionais, uma extensa classe média e os setores marginalizados organizados, vem favorecendo a democracia participativa e estão se criando maiores espaços de participação política.
Esses grupos estão tomando consciência do poder que tem nas mãos e da possibilidade de gerarem mudanças importantes para a conquista de políticas públicas mais justas, que revertam sua situação de exclusão”(DA 75). A Sociedade civil assumindo uma atitude de protagonismo faz nascer novas iniciativas, de maneira especial por parte das organizações populares.
Ficamos sempre e cada vez mais sem palavras diante dos escândalos de corrupção, “envolvendo os poderes legislativo e executivos em todos os níveis, alcançando também o sistema judiciário que muitas vezes, inclina seu juízo a favor dos poderosos e gera impunidade, o que coloca em sério risco a credibilidade das instituições públicas e aumenta a desconfiança do povo, fenômeno que se une a um profundo desprezo pela legalidade. Em amplos setores da população especialmente entre os jovens, cresce o desencanto pela política e particularmente pela democracia...”(DA 77).
Em tempos de pandemia, surge medo, desconfiança e até pânico, o que não resolve absolutamente nada. Nesta situação, nada de grande e definitivo se faz, a não ser levar a sério as pequenas iniciativas de precaução e prevenção. Assim, acredito que a sociedade atual vai dar resposta aos grandes problemas sociais, principalmente ao crescente número de descartados, somente quando acreditar nas pequenas iniciativas que nascem das pequenas organizações.
Os grandes respeitando os pequenos.... quando será?
*Dom Anuar Battisti é Arcebispo de Maringá