Durante o momento de oração semanal, realizado na manhã de ontem, 3a. feira, o secretariado executivo e as Pastorais do Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), meditando a Palavra de Deus, orientadora e sustentáculo da missão de todos os batizados, refletiram sobre os últimos acontecimentos que ferem profundamente a dignidade humana e agridem a Deus que se faz presente no coração e na vida do povo.
Assim, com essa luz, vem a público lamentar profundamente alguns fatos vividos pela sociedade em nosso país.
Um deles foi a decisão dos Desembargadores das Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Estado do Pará que apreciaram na última segunda-feira, 22, o mérito do pedido de habeas corpus liberatório em favor de Luis Afonso Seffer, e, unanimimente, decidiram que o ex-deputado, acusado de pedofilia e atentado ao pudor, reúne condições de responder o processo em liberdade. Em contrapartida, somente agora a justiça está ouvindo depoimentos dos 18 trabalhadores que ficaram presos, cerca de 40 dias, acusados de invadir a hidrelétrica em Tucuruí.
Essa parcialidade e privilégios visíveis são abomináveis aos olhos de Deus e do povo.
Outro fato foi a morte do adolescente de 17 anos, que estaria envolvido no assassinato de padre Gisley Azevedo Gomes, assessor nacional da Pastoral da Juventude, morto na semana passada em Brasília. A polícia ainda está investigando as circunstâncias do crime, mas os verdadeiros assassinos pediram ao menor para assumir o crime.
Outro acontecimento que lamentamos e repudiamos foi a aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. O projeto seguirá para votação no plenário do Senado. Se a lei for aprovada, os criminosos irão começar a usar os menores abaixo de 16 anos.... Essa lei vai resolver a questão?
Reiteramos aqui a posição contrária à redução da maioridade penal, pois a CNBB compreende que essa proposta não solucionará o problema da criminalidade e os maiores culpados continuarão totalmente impunes.
Convocamos a sociedade brasileira a proclamar com Fé, que Deus é o Senhor supremo e condutor da história e abomina toda forma de injustiça e abuso de poder.
Em sua Encíclica, Deus Caritas est (Deus é Caridade), o Papa Bento XVI tratou com clareza inspiradora a complexa relação entre justiça e caridade: “A ordem justa da sociedade e do Estado é tarefa principal da política e não da Igreja. Mas, a Igreja não pode e nem deve colocar-se à margem na luta pela justiça.Por isso, e, apesar de todos os acontecimentos, a CNBB Norte 2 reafirma seu compromisso em defesa da verdade e da vida trabalhando sempre junto com a sociedade e outras Entidades para o bem do ser humano, uma vez que “é tarefa da Igreja ajudar na denúncia e no testemunho do amor e da justiça, para que se despertem na sociedade as forças necessárias e se desenvolvam os valores sociais. Pois, somente assim as estruturas serão realmente mais justas e eficazes”. (Doc. Aparecida – 385).
Assina:
Orlanda Rodrigues Alves.
Secretária Executiva do Regional Norte 2 da CNBB
Assim, com essa luz, vem a público lamentar profundamente alguns fatos vividos pela sociedade em nosso país.
Um deles foi a decisão dos Desembargadores das Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Estado do Pará que apreciaram na última segunda-feira, 22, o mérito do pedido de habeas corpus liberatório em favor de Luis Afonso Seffer, e, unanimimente, decidiram que o ex-deputado, acusado de pedofilia e atentado ao pudor, reúne condições de responder o processo em liberdade. Em contrapartida, somente agora a justiça está ouvindo depoimentos dos 18 trabalhadores que ficaram presos, cerca de 40 dias, acusados de invadir a hidrelétrica em Tucuruí.
Essa parcialidade e privilégios visíveis são abomináveis aos olhos de Deus e do povo.
Outro fato foi a morte do adolescente de 17 anos, que estaria envolvido no assassinato de padre Gisley Azevedo Gomes, assessor nacional da Pastoral da Juventude, morto na semana passada em Brasília. A polícia ainda está investigando as circunstâncias do crime, mas os verdadeiros assassinos pediram ao menor para assumir o crime.
Outro acontecimento que lamentamos e repudiamos foi a aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. O projeto seguirá para votação no plenário do Senado. Se a lei for aprovada, os criminosos irão começar a usar os menores abaixo de 16 anos.... Essa lei vai resolver a questão?
Reiteramos aqui a posição contrária à redução da maioridade penal, pois a CNBB compreende que essa proposta não solucionará o problema da criminalidade e os maiores culpados continuarão totalmente impunes.
Convocamos a sociedade brasileira a proclamar com Fé, que Deus é o Senhor supremo e condutor da história e abomina toda forma de injustiça e abuso de poder.
Em sua Encíclica, Deus Caritas est (Deus é Caridade), o Papa Bento XVI tratou com clareza inspiradora a complexa relação entre justiça e caridade: “A ordem justa da sociedade e do Estado é tarefa principal da política e não da Igreja. Mas, a Igreja não pode e nem deve colocar-se à margem na luta pela justiça.Por isso, e, apesar de todos os acontecimentos, a CNBB Norte 2 reafirma seu compromisso em defesa da verdade e da vida trabalhando sempre junto com a sociedade e outras Entidades para o bem do ser humano, uma vez que “é tarefa da Igreja ajudar na denúncia e no testemunho do amor e da justiça, para que se despertem na sociedade as forças necessárias e se desenvolvam os valores sociais. Pois, somente assim as estruturas serão realmente mais justas e eficazes”. (Doc. Aparecida – 385).
Assina:
Orlanda Rodrigues Alves.
Secretária Executiva do Regional Norte 2 da CNBB