Diário de Pernambuco - PE
Candidatos têm permissão dos bispos
Candidatos têm permissão dos bispos
As normas da Igreja Católica são claras. Segundo o Código de Direito Canônico, os padres não devem participar de partidos políticos e de associações sindicais. Mas a história mostra que existem exceções. Há atualmente, no Brasil, sacerdotes que são deputados, prefeitos e vereadores. E, geralmente, antes de concorrerem aos tais mandatos, a maioria dos padres-candidatos teve o aval dos bispos para a disputa.
"Por ser um cidadão como outro qualquer, o padre pode se candidatar, porém sofre restrições no campo eclesisástico", afirmou dom Adriano Ciocca, bispo da Diocese de Floresta. Um caso, exemplificou, é o prefeito de Ibimirim, cuja paróquia é ligada à diocese. Padre Marcos se candidatou e ganhou, contudo está proibido de exercer atividades que tenham vínculos jurídicos com a instituição religiosa. Dom Adriano acredita que melhor seria os sacerdotes permanecerem a serviço da Igreja.
Mesmo sem vínculo jurídico, exp licou dom Adriano, alguns bispos permitem que os padres-políticos realizem casamentos e batizados fora de suas jurisdições. E oficiem missas em lugares privados.
Integrante da Associação Nacional de Presbíteros do Brasil (ANPB), padre Paulo Cabral, reforça a análise do bispo de Floresta. "Defendemos que se deve respeitar o padre como cidadão. Do mesmo modo, que o candidato faça a coisa séria", comentou. A preocupação com o assunto fez a ANPB promover, no semestre passado, encontro sobre a participação de padres na política. A entidade não sabe a quantidade exata de padres candidatos nestas eleições. Estima-se em torno de 100.