Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Eleitor reprova político com "ficha suja"

Vale Paraibano - SP
Eleitor reprova político com "ficha suja"
Pesquisa valeparaibano/Brasmarket aponta que 88% não aprovam canditatos com condenações judiciais
Chico Pereira
São José dos Campos

A maioria da população das maiores cidades do Vale do Paraíba desaprova a candidatura de políticos que têm condenações judiciais, revela pesquisa valeparaibano/Brasmarket, realizada entre os dias 12 e 15 de agosto em São José dos Campos, Taubaté e Jacareí.

O levantamento aferiu que em São José, a maior cidade da região, 88,2% das pessoas entrevistadas disseram que não aprovam candidatos com 'ficha suja'.

A sondagem apurou que apenas 3,9% dos consultados disseram que aprovam a candidatura de políticos nessa situação. Para 6,4% dos moradores ouvidos, a aprovação ou desaprovação depende da condenação imposta ao político, enquanto que outros 1,5% não soube responder.

O levantamento realizado pela Brasmarket ouviu 407 pessoas de todas as regiões do município, tem intervalo de confiança de 95,5% e margem de erro de 5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Também em Jacareí e Taubaté a maioria dos moradores reprova candidaturas de políticos que têm condenações judiciais (leia textos nesta página).

ESTRATIFICAÇÃO - De acordo com a pesquisa, levando em consideração a faixa etária, 100% dos jovens pesquisados com idade entre 16 e 17 anos disseram que não aprovam candidatos com condenações judiciais. Mesma resposta foi dada por 91,5% das pessoass ouvidas com idade de 45 a 54 anos e por 89,1% das pessoas consultadas na faixa etária de 25 a 34 anos.

Já 9,8% dos entrevistados com idade acima de 55 anos informaram que aprovam, dependendo da condenação imposta ao político, enquanto que 6,9% dos moradores pesquisados com idade de 25 a 34 anos declararam que aprovam candidaturas de políticos que têm condenações judiciais.

Em relação à renda dos entrevistados, 89,5% dos moradores com renda acima de 20 salários mínim os disseram que não aprovam candidatos nessa situação. Outros 89% dos moradores com renda de 3 a 10 salários mínimos deram a mesma resposta.

Já 6,8% dos pesquisados com renda de 3 a 10 salários mínimos responderam que aprovam dependendo da condenação judicial imposta ao político.

AVANÇO - O diretor executivo da Brasmarket, Sidney Kuntz, afirmou que o resultado da pesquisa mostra que a população está mais exigente com relação à transparência dos políticos que concorrem a cargos eletivos.

"O eleitor está mais exigente e isso é bom porque obriga os postulantes a serem mais transparentes e a apresentarem propostas de governo. É um avanço", declarou o executivo.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) lançaram uma campanha nacional com o objetivo de mudar a lei da inegibilidade para barrar candidaturas de políticos que tenham condenações criminais ou por improbidade administrativa em primeira instância.

Atualmente, mesmo que o político tenha condenação em primeira instância, se ele recorrer à instância superior e enquanto não for proferida sentença definitiva, poderá disputar eleições.

A CNBB iniciou a coleta 1,3 milhão de assinaturas em todo o país para apresentar, com outras entidades, ao Congresso Nacional, projeto popular que altera essa regra.

Entretanto, já para as eleições de outubro deste ano, os bispos da Igreja Católica estão recomendando aos fiéis para que analisem bem a ficha dos candidatos antes de escolher em quem votar e para rejeitarem os que tiverem 'ficha suja'.

Em São José, a diocese local encaminhou nesta semana à direção nacional da CNBB a primeira remessa de assinaturas coletadas nas paróquias.