Segundo o Diap, dentre os três candidatos melhores
posicionados nas pesquisas de intenções de voto a presidenta Dilma Rousseff é a
que melhor pode fazer avançar a pauta histórica das trabalhadoras e dos
trabalhadores.
O Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) não tem nenhuma dúvida
que, dentre os três candidatos melhores posicionados nas pesquisas de intenções
de voto, a presidenta Dilma Rousseff é a que melhor
pode fazer avançar a pauta histórica dos trabalhadores. De acordo com o diretor
de documentação do órgão, Antônio Augusto Queiroz, a
conclusão se baseia no cruzamento dos dados extraídos dos programas de governo
dos candidatos, do acompanhamento minucioso do perfil político de cada um, da
análise da correlação de forças que terão que enfrentar no parlamento e,
principalmente, da avaliação de quem são os colaboradores que os cercam.
A
reportagem é de Najla Passos, publicada pelo
sítio Carta Maior, 23-08-2014.
“Os
programas de governo escondem mais do que revelam. Todos eles são feitos para
se ganhar se às eleições. Então, o cidadão deve prestar a atenção nos
programas, porque eles dão pistas, nas falas dos candidatos, que também ajudam,
mas principalmente nas pessoas que estão no entorno desses candidatos,
que farão parte de equipe dele se for eleito. Presidente da República nenhum
faz nada isoladamente. O que ele faz é a partir do que pensa sua equipe, do que
formula sua equipe”, alerta.
O diretor do órgão que, desde 1983, assessora centenas de entidades sindicais no sentido de buscar a aprovação das pautas dos trabalhadores no parlamento, também avalia as prováveis correlações de força que cada candidato irá enfrentar no Congresso, se eleito, para fazer aprovar o programa que prometem ao povo brasileiro.
“Dos três candidatos postos, os que mais desejam reformas constitucionais são os que menos têm condições de fazê-lo. O Aécio, embora possa ter uma bancada um pouco maior do que a da Marina, vai enfrentar uma oposição muito forte do PT. Então, não vai ser fácil ele aprovar reforma alguma. Já a Marina, embora possa ter a simpatia de alguns setores liberais, vai partir de uma base parlamentar muito pequena”, analisa. Para ele, quem mais teria condições de seria a Dilma, porque teria uma base aliada muito mais consistente do que os adversários.
O diretor do órgão que, desde 1983, assessora centenas de entidades sindicais no sentido de buscar a aprovação das pautas dos trabalhadores no parlamento, também avalia as prováveis correlações de força que cada candidato irá enfrentar no Congresso, se eleito, para fazer aprovar o programa que prometem ao povo brasileiro.
“Dos três candidatos postos, os que mais desejam reformas constitucionais são os que menos têm condições de fazê-lo. O Aécio, embora possa ter uma bancada um pouco maior do que a da Marina, vai enfrentar uma oposição muito forte do PT. Então, não vai ser fácil ele aprovar reforma alguma. Já a Marina, embora possa ter a simpatia de alguns setores liberais, vai partir de uma base parlamentar muito pequena”, analisa. Para ele, quem mais teria condições de seria a Dilma, porque teria uma base aliada muito mais consistente do que os adversários.
“A
tendência é que o próximo mandato, caso ela venha a ser eleita, faça algumas
reformas, como a política e a tributária. E o meu desejo é que fizesse pelo
menos duas outras: a da comunicação e a do Ministério Público que, por não
contar com nenhuma forma de regulação, tem se portado como partido político em
muitas circunstâncias, destruído reputações sem consequências”, defende.
O perfil social de Dilma
Para Queiróz, Dilma deixou bastante clara sua opção pela defesa dos trabalhadores e dos mais humildes, principalmente no modelo adotado para o enfrentamento da crise econômica mundial. Segundo ele, em momentos como esse, existem dois caminhos possíveis. O primeiro e mais ortodoxo é o do ajuste fiscal, que prevê o aumento das taxas de juros e leva à recessão e à redução dos programas sociais, do emprego e da renda. “Este é o caminho clássico, ortodoxo: se comportar e se conduzir de acordo com a agenda dos credores, cortar direitos para gerar superávit e garantir o pagamento da dívida”, esclarece. O segundo é a adoção de políticas anticíclicas que, conforme o analista, foi o escolhido pela presidenta.
O perfil social de Dilma
Para Queiróz, Dilma deixou bastante clara sua opção pela defesa dos trabalhadores e dos mais humildes, principalmente no modelo adotado para o enfrentamento da crise econômica mundial. Segundo ele, em momentos como esse, existem dois caminhos possíveis. O primeiro e mais ortodoxo é o do ajuste fiscal, que prevê o aumento das taxas de juros e leva à recessão e à redução dos programas sociais, do emprego e da renda. “Este é o caminho clássico, ortodoxo: se comportar e se conduzir de acordo com a agenda dos credores, cortar direitos para gerar superávit e garantir o pagamento da dívida”, esclarece. O segundo é a adoção de políticas anticíclicas que, conforme o analista, foi o escolhido pela presidenta.
“Considerando
que toda crise é temporária, nesse período, pra amenizar os efeitos, adota-se
uma série de medidas de incentivo ao setor produtivo para gerar emprego e renda
- como incentivos fiscais e desoneração da folha - e amplia-se e intensifica-se
os programas sociais. Isso permite que o
país passe esse momento de turbulência com conforto, sem entrar em recessão,
sem desemprego”, explica.
Para ele, não há dúvidas de que a situação do trabalhador seria outra, caso o presidente tivesse um perfil mais liberal. “Esse tipo de medida [adotada pela Dilma] indica que tipo de perfil, que tipo de projeto ela representa. A título de comparação, se estivesse à frente do governo alguém com perfil liberal e subordinado ao mercado financeiro, ele faria certamente o ajuste. As contas públicas até poderiam eventualmente ficar arrumadas, mas o povo ficaria na miséria, desempregado e revoltado”, compara.
O analista político admite que, em um eventual segundo mandato, a presidenta terá que avançar nos mecanismos adotados para conter a crise, já que o incentivo ao fortalecimento do mercado interno está se exaurindo. “O governo da presidenta Dilma manteve o foco no mercado interno, apoiou o consumo e isso realmente se exaure ao longo do tempo. Esse instrumento não será mais suficiente ao longo do tempo. Os mecanismos terão que ser aperfeiçoados. Por um lado, terá que manter a política de consumo interno, mas também fazer investimentos voltados para especialmente a produção e a exportação, de tal modo que este ambiente se torne sustentável a longo prazo”, esclarece.
O analista também acredita que, em um eventual segundo mandato de Dilma, o setor produtivo será obrigado a contribuir mais com o desenvolvimento do país. “O setor empresarial, por puro preconceito ao PT e à presidente, já que eles nunca lucraram tanto na vida, tem boicotado os investimentos. Mas terá que voltar a investir se ela for reeleita, porque ele também tem que sobreviver. E não existe mercado interno que dê lucro como o brasileiro. Esse boicote existe, mas vai acabar e vai haver uma avalanche de investimentos”, prevê.
Ele critica ainda a suposta fragilidade da economia apontada por alguns analistas, especialmente da oposição e da mídia que a serve. “Essa suposta fragilidade que identificam no Brasil é uma falácia. O Brasil, quando coloca ações de suas empresas a venda no exterior, negocia sem nenhuma dificuldade. A divida do país em curto prazo é baixíssima. Temos reservas internacionais próximas de R$ 400 bilhões. O governo tem plena capacidade de intervir, redirecionar rumos etc. A inflação está dentro da meta. Os principais gastos públicos - como pessoal, juros e previdência - estão sob controle. Então, onde está essa crise? Onde está essa desorganização?”, questiona.
O ‘choque de gestão’ de Aécio
O candidato Aécio Neves (PSDB) é um bom articulador, mas não tem um perfil parlamentar propositivo, que lhe dê condições de pensar o país, conforme o diretor do Diap. “É um parlamentar de perfil liberal, um articulador político nato, mas não é um grande formulador que dedica seu tempo para pensar políticas que melhorem a qualidade de vida da população. Tem o perfil de fazer a articulação política, mas deixa à formulação a cargo da sua equipe, o que aumenta ainda mais a preocupação de ver quem está no entorno dele, e que tipo de interesses defende”, alerta.
Para Queiroz, neste entorno de Aécio destaca-se Armínio Fraga, uma cria do sistema financeiro, o que ajuda a traduzir para que rumo irá um possível governo do tucano. “Todas as conquistas que o povo brasileiro teve a partir do governo Lula, como retomar a agenda que antes era dominada pelo mercado financeiro e permitir que pudesse ter investimento na área social, apoio ao setor produtivo e etc, desaparece em um eventual governo Aécio, porque o objetivo dele é outro: é reduzir o tamanho do estado e economizar nas despesas do estado, principalmente nas despesas sociais, para pagar os banqueiros”, avalia.
De acordo com ele, a experiência acumulada do PSDB, que não alterou seu programa desde que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou a presidência, aponta para a desregulamentação de direitos e para a regulamentação de restrições aos trabalhadores. “No muno do trabalho, o candidato certamente trabalhará no sentido de desregulamentar as leis de proteção aos trabalhadores. Ou seja, de criar condições para que o empregador, que é a parte mais forte nessa relação, possa suprimir ou reduzir direitos dos empregados. Isso é uma temeridade”, afirma.
Os fundamentalismos de Marina
Queiroz avalia que Marina Silva (PSB) é uma candidata fortíssima, principalmente se a eleição se der em um nível mais emocional e menos racional, onde se debatam mais princípios do que programas. Isso porque, apesar dela estar há muito tempo na política e já ter exercido diversos mandatos, a população não a identifica como alguém dá velha política. “Isso, em um momento em que a população tem ido às ruas exigir mudanças, tem um apelo muito forte”, destaca.
Para o analista político, as fragilidades de Marina aparecem quando se privilegia o aspecto racional da política. “Quando se debate programas, ela apresenta dois problemas sérios, que são o fundamentalismo religioso e, posso dizer também, o fundamentalismo ambiental. E ambos são incompatíveis com uma política de desenvolvimento para gerar emprego e renda. Porque você precisa preservar o meio ambiente, mas não pode também não fazer nada só em função dele. Isso é não usufruir das riquezas naturais”, defende.
Ele acrescenta que, nas eleições, a candidata parte de um patamar muito significativo de votos, já que nas eleições passadas obteve apoio de 20 milhões de brasileiros. Como, agora, está em um partido um pouco maior e que minimiza um pouco seus fundamentalismos porque tem uma base social, tende a conseguir ainda mais. “Ela definitivamente não é uma candidata para ser subestimada”, alerta.
Entretanto, ele alerta que é preciso considerar o fato de que Marina está no PSB so enquanto não consegue legalizar o seu Rede Sustentabilidade. Por isso, cresce em importância a verificação de quem está no seu entorno, como seu vice, Beto Albuquerque, com quem ela própria já travou grandes embates. Segundo o diretor do Diap, Marina e Beto estiveram em lados opostos, por exemplo, quando ela era ministra do Meio Ambiente do governo do ex-presidente Lula, e mantinha posição contrária aos transgênicos, enquanto ele os defendia com veemência.
Queiros afirma que Beto, este sim um legítimo integrante do PSB, é um homem apoiado pelo agronegócio, inclusive nas doações para financiamento de campanha. “Ele não chega a ser da bancada ruralista tradicional, aquela completamente atrasada, que não aceita nem a reforma agrária. É uma pessoa do agrobusiness, que trata o seguimento rural como uma oportunidade de negócio como seria na área urbana. De qualquer maneira, há uma identidade muito forte dele com este seguimento”, esclarece.
O analista avalia que, para o mundo do trabalho, Marina ainda é uma incógnita. Mas a análise de sua atuação parlamentar ajuda a descobrir para qual lado ele deve tender. “Quando ela estava no PT, ela seguia a orientação do partido. Portanto, votou a favor dos trabalhadores em várias matérias. Mas ela tem uma visão em relação ao mundo do trabalho de que, se der liberdade para os trabalhadores, eles resolvem seus problemas. Então, o risco de que ela possa flexibilizar a legislação do trabalho é grande”, alerta ele. Como exemplo dessa visão liberalizante de Marina, ele cita o embate travado entre ela e outros seguimentos da representação dos trabalhadores em torno do modelo de organização sindical. “Ela queria instituir um modelo com liberdade sindical plena e com a extinção das principais fontes de financiamento das entidades. Foi um embate grande levado ao Congresso, que ela acabou perdendo. Na hipótese de eleição dela, os trabalhadores terão que enfrentar nova investida neste sentido, porque ela quer realmente fazer um acerto de contas com este segmento, avalia".
Para ele, não há dúvidas de que a situação do trabalhador seria outra, caso o presidente tivesse um perfil mais liberal. “Esse tipo de medida [adotada pela Dilma] indica que tipo de perfil, que tipo de projeto ela representa. A título de comparação, se estivesse à frente do governo alguém com perfil liberal e subordinado ao mercado financeiro, ele faria certamente o ajuste. As contas públicas até poderiam eventualmente ficar arrumadas, mas o povo ficaria na miséria, desempregado e revoltado”, compara.
O analista político admite que, em um eventual segundo mandato, a presidenta terá que avançar nos mecanismos adotados para conter a crise, já que o incentivo ao fortalecimento do mercado interno está se exaurindo. “O governo da presidenta Dilma manteve o foco no mercado interno, apoiou o consumo e isso realmente se exaure ao longo do tempo. Esse instrumento não será mais suficiente ao longo do tempo. Os mecanismos terão que ser aperfeiçoados. Por um lado, terá que manter a política de consumo interno, mas também fazer investimentos voltados para especialmente a produção e a exportação, de tal modo que este ambiente se torne sustentável a longo prazo”, esclarece.
O analista também acredita que, em um eventual segundo mandato de Dilma, o setor produtivo será obrigado a contribuir mais com o desenvolvimento do país. “O setor empresarial, por puro preconceito ao PT e à presidente, já que eles nunca lucraram tanto na vida, tem boicotado os investimentos. Mas terá que voltar a investir se ela for reeleita, porque ele também tem que sobreviver. E não existe mercado interno que dê lucro como o brasileiro. Esse boicote existe, mas vai acabar e vai haver uma avalanche de investimentos”, prevê.
Ele critica ainda a suposta fragilidade da economia apontada por alguns analistas, especialmente da oposição e da mídia que a serve. “Essa suposta fragilidade que identificam no Brasil é uma falácia. O Brasil, quando coloca ações de suas empresas a venda no exterior, negocia sem nenhuma dificuldade. A divida do país em curto prazo é baixíssima. Temos reservas internacionais próximas de R$ 400 bilhões. O governo tem plena capacidade de intervir, redirecionar rumos etc. A inflação está dentro da meta. Os principais gastos públicos - como pessoal, juros e previdência - estão sob controle. Então, onde está essa crise? Onde está essa desorganização?”, questiona.
O ‘choque de gestão’ de Aécio
O candidato Aécio Neves (PSDB) é um bom articulador, mas não tem um perfil parlamentar propositivo, que lhe dê condições de pensar o país, conforme o diretor do Diap. “É um parlamentar de perfil liberal, um articulador político nato, mas não é um grande formulador que dedica seu tempo para pensar políticas que melhorem a qualidade de vida da população. Tem o perfil de fazer a articulação política, mas deixa à formulação a cargo da sua equipe, o que aumenta ainda mais a preocupação de ver quem está no entorno dele, e que tipo de interesses defende”, alerta.
Para Queiroz, neste entorno de Aécio destaca-se Armínio Fraga, uma cria do sistema financeiro, o que ajuda a traduzir para que rumo irá um possível governo do tucano. “Todas as conquistas que o povo brasileiro teve a partir do governo Lula, como retomar a agenda que antes era dominada pelo mercado financeiro e permitir que pudesse ter investimento na área social, apoio ao setor produtivo e etc, desaparece em um eventual governo Aécio, porque o objetivo dele é outro: é reduzir o tamanho do estado e economizar nas despesas do estado, principalmente nas despesas sociais, para pagar os banqueiros”, avalia.
De acordo com ele, a experiência acumulada do PSDB, que não alterou seu programa desde que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou a presidência, aponta para a desregulamentação de direitos e para a regulamentação de restrições aos trabalhadores. “No muno do trabalho, o candidato certamente trabalhará no sentido de desregulamentar as leis de proteção aos trabalhadores. Ou seja, de criar condições para que o empregador, que é a parte mais forte nessa relação, possa suprimir ou reduzir direitos dos empregados. Isso é uma temeridade”, afirma.
Os fundamentalismos de Marina
Queiroz avalia que Marina Silva (PSB) é uma candidata fortíssima, principalmente se a eleição se der em um nível mais emocional e menos racional, onde se debatam mais princípios do que programas. Isso porque, apesar dela estar há muito tempo na política e já ter exercido diversos mandatos, a população não a identifica como alguém dá velha política. “Isso, em um momento em que a população tem ido às ruas exigir mudanças, tem um apelo muito forte”, destaca.
Para o analista político, as fragilidades de Marina aparecem quando se privilegia o aspecto racional da política. “Quando se debate programas, ela apresenta dois problemas sérios, que são o fundamentalismo religioso e, posso dizer também, o fundamentalismo ambiental. E ambos são incompatíveis com uma política de desenvolvimento para gerar emprego e renda. Porque você precisa preservar o meio ambiente, mas não pode também não fazer nada só em função dele. Isso é não usufruir das riquezas naturais”, defende.
Ele acrescenta que, nas eleições, a candidata parte de um patamar muito significativo de votos, já que nas eleições passadas obteve apoio de 20 milhões de brasileiros. Como, agora, está em um partido um pouco maior e que minimiza um pouco seus fundamentalismos porque tem uma base social, tende a conseguir ainda mais. “Ela definitivamente não é uma candidata para ser subestimada”, alerta.
Entretanto, ele alerta que é preciso considerar o fato de que Marina está no PSB so enquanto não consegue legalizar o seu Rede Sustentabilidade. Por isso, cresce em importância a verificação de quem está no seu entorno, como seu vice, Beto Albuquerque, com quem ela própria já travou grandes embates. Segundo o diretor do Diap, Marina e Beto estiveram em lados opostos, por exemplo, quando ela era ministra do Meio Ambiente do governo do ex-presidente Lula, e mantinha posição contrária aos transgênicos, enquanto ele os defendia com veemência.
Queiros afirma que Beto, este sim um legítimo integrante do PSB, é um homem apoiado pelo agronegócio, inclusive nas doações para financiamento de campanha. “Ele não chega a ser da bancada ruralista tradicional, aquela completamente atrasada, que não aceita nem a reforma agrária. É uma pessoa do agrobusiness, que trata o seguimento rural como uma oportunidade de negócio como seria na área urbana. De qualquer maneira, há uma identidade muito forte dele com este seguimento”, esclarece.
O analista avalia que, para o mundo do trabalho, Marina ainda é uma incógnita. Mas a análise de sua atuação parlamentar ajuda a descobrir para qual lado ele deve tender. “Quando ela estava no PT, ela seguia a orientação do partido. Portanto, votou a favor dos trabalhadores em várias matérias. Mas ela tem uma visão em relação ao mundo do trabalho de que, se der liberdade para os trabalhadores, eles resolvem seus problemas. Então, o risco de que ela possa flexibilizar a legislação do trabalho é grande”, alerta ele. Como exemplo dessa visão liberalizante de Marina, ele cita o embate travado entre ela e outros seguimentos da representação dos trabalhadores em torno do modelo de organização sindical. “Ela queria instituir um modelo com liberdade sindical plena e com a extinção das principais fontes de financiamento das entidades. Foi um embate grande levado ao Congresso, que ela acabou perdendo. Na hipótese de eleição dela, os trabalhadores terão que enfrentar nova investida neste sentido, porque ela quer realmente fazer um acerto de contas com este segmento, avalia".