Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Não é morto!

Pe. Pedro Odair Machado*

Na noite do dia 10 de abril deste, acordei sentindo alguém ou algo esbarrando na minha cama e, ainda, tive a sensação do mesmo sair caminhando entre a cama e as cortinhas da janela. “Não é morto! Morto não faz isto”.

Na segunda feira, dia 11, na nossa oração, antes do café da manhã, compartilhei o fato para a dona Alaíde, dona Ivonete, senhor João de Deus e para Rosiane. A dona Ivonete preocupada logo disse: “Padre, o seu quarto eu não o limpo mais”. Acalmei-a dizendo: “Pode ficar tranquila. Não é morto! Morto não faz isto”.

No dia 12, terça feira, peguei, involuntariamente como que para passar o tempo, um dos álbuns de fotos, que tirei do Pe. Roberto Pinto em Roma. Eu o escutei lamentando que estava retornando para o Brasil sem nenhuma recordação fotográfica da Cidade Eterna. Então, coloquei-me numa manhã à disposição dele para realizar o seu desejo. Era um dia belíssimo! Pe. Roberto se equipou ao máximo e eu me caracterizei de fotógrafo com todos os apetrechos necessários. E as fotos ficaram ótimas!

Observei um pouco mais, com graça, a foto diante do Coliseu recordando uma frase dele: “Não acredito que você esteja fazendo isto!” O que aconteceu? Para eu poder tirar aquela foto com o Coliseu bem posicionado atrás dele, tive que parar o trânsito na avenida. Ainda bem que ninguém foi preso!

Retornei aquele álbum de fotos do Pe. Roberto no mesmo lugar, porém, não fui capaz de fazer uma releitura com o fato ocorrido na noite do dia 11. E como imaginar a morte de um colega?

No dia 21 de abril, liguei para Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina, para parabenizá-lo pelo seu aniversário. Ele me contou que tinha acabado de presidir a Missa de Sétimo Dia na intenção do Pe. Roberto Pinto. Ele faleceu, no dia 14 de abril, em Londrina.

Tudo ocorreu enquanto o Pe. Roberto esteve vivo e é algo totalmente natural que pode acontecer com qualquer pessoa, todavia não é voluntário. Cientificamente, isto se chama Hiperestesia Indireta do Pensamento. Possivelmente, o Pe. Roberto Pinto nas suas últimas horas pensou em mim e, por hiperestesia indireta, o meu inconsciente captou este pensamento.

A Hiperestesia Direta é quando se usa um dos cinco sentidos para captar a mensagem do inconsciente de uma outra pessoa. Esta não! Foi uma Hiperestesia Indireta do Pensamento porque eu estava aqui em Apucarana e ele, em Londrina.

O padre Oscar G. Quevedo, um dos mais conceituados parapsicólogos da História, diz que uma pessoa plenamente normal não tem nenhum tipo de fenômeno paranormal. Com o estado alterado de consciência, por exemplo, dormindo, um golpe na cabeça, alcoolizado ou algum distúrbio psíquico, o inconsciente se manifesta. Ninguém é capaz de controlar os fenômenos parapsicológicos. São espontâneos, involuntários e incontroláveis. Quevedo diz que quem procura mostrar que tem domínio sobre eles, normalmente é fraudulento.

Depois que o Pe. Roberto Pinto morreu não houve mais nada, porque ele entrou na eternidade, no tempo de Deus. Sabe por que ele não pode voltar mais? Porque eu também já estou lá. Deus é (Êxodo 3,14). Deus não tem passado nem futuro. Deus é. O passado está em Deus e o Futuro também está em Deus.

“Se a nossa esperança em Cristo é somente para esta vida, nós somos os mais infelizes de todos os homens” (1º Coríntios 15, 19).

*Pároco da Paróquia Cristo Rei em Apucarana – PR.