O evangelista São Mateus no capítulo 5, 1-12, relata o prólogo do Sermão da Montanha. Este sermão é uma inversão dos valores tradicionais. Os hebreus cultivavam a convicção de que a prosperidade material e o sucesso eram sinais de benção de Deus e a pobreza e a esterilidade, sinais de maldição.
Jesus muda esta lógica. Agora os "bem aventurados" não são mais os ricos deste mundo, os saciados, os favorecidos, mas os que têm fome e choram, os pobres e os perseguidos.
As nove bem-aventuranças estão resumidas na primeira: "bem-aventurados os pobres"... "pobreza" é um conceito que engloba muitos aspectos: econômico, social, cultural, espiritual, carência de dignidade e de direitos humanos, privação da liberdade, negação da voz e do voto, exploração, injustiça, opressão, enfermidade.
O primeiro pobre foi Jesus que, sendo Deus, não encontrou lugar nas hospedarias e morreu pobre, despojado de tudo. O Mestre submeteu-se a este caminho por obediência ao Pai a fim de dar-nos vida e dignidade nesta terra e uma eternidade feliz.
Onde existe riqueza existe poder, honrarias, privilégios, e com frequência, excluídos. Este estilo de vida contradiz as exigências evangélicas da humildade, da renúncia, da igualdade, do amor solidário. Vele sempre recordar que a Palavra diz que é mais "fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino".
O discurso de Jesus é claro, objetivo e, suas exigências, um imperativo que determina os passos do seguimento Dele. Assim as bem-aventuranças constituem um conjunto de normas e conduta para todos os cristãos, todos aqueles que se decidem seguir Jesus, custe o que custar.
Essas normas são para serem vividas, principalmente em nível pessoal. A dimensão comunitária vem como consequência, pois ninguém é uma ilha. Tanto que para vir a este mundo precisamos de duas pessoas.
O meu testemunho de fidelidade no seguimento do Mestre Jesus, será para os meus companheiros de viagem na comunidade, estímulo e encorajamento. Na medida em que persevero como indivíduo na prática evangélica, com certeza faço crescer em todo o corpo eclesial, a graça da fidelidade.
No caminho de seguimento do Mestre Jesus, não faltará provações e obstáculos. O primeiro e maior perigo é o desânimo. Aliás, isso ocorre não só em relação as exigência do ser cristão, como também na vida concreta do dia a dia.
O desânimo é o desafio número um de todo o empreendedor. Por mais competente ou sábio que a pessoa seja, não faltará ocasiões em que tudo parece não dar certo para ela. É por isso que na maioria das vezes não progredimos em nossos propósitos.
Na falta de vermos resultados imediatos, deixamos de lado o fundamental e decisivo. Portanto, vale recomeçar sempre com um coração de pobre, livre e desapegado de tudo e todos, para correr ao encontro daquele é a verdadeira riqueza: o pobre de Nazaré, o Homem Deus, que Se fez humano para eternizar a humanidade. Pobre sim, pobreza não.
Dom Anuar Battisti
Jesus muda esta lógica. Agora os "bem aventurados" não são mais os ricos deste mundo, os saciados, os favorecidos, mas os que têm fome e choram, os pobres e os perseguidos.
As nove bem-aventuranças estão resumidas na primeira: "bem-aventurados os pobres"... "pobreza" é um conceito que engloba muitos aspectos: econômico, social, cultural, espiritual, carência de dignidade e de direitos humanos, privação da liberdade, negação da voz e do voto, exploração, injustiça, opressão, enfermidade.
O primeiro pobre foi Jesus que, sendo Deus, não encontrou lugar nas hospedarias e morreu pobre, despojado de tudo. O Mestre submeteu-se a este caminho por obediência ao Pai a fim de dar-nos vida e dignidade nesta terra e uma eternidade feliz.
Onde existe riqueza existe poder, honrarias, privilégios, e com frequência, excluídos. Este estilo de vida contradiz as exigências evangélicas da humildade, da renúncia, da igualdade, do amor solidário. Vele sempre recordar que a Palavra diz que é mais "fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino".
O discurso de Jesus é claro, objetivo e, suas exigências, um imperativo que determina os passos do seguimento Dele. Assim as bem-aventuranças constituem um conjunto de normas e conduta para todos os cristãos, todos aqueles que se decidem seguir Jesus, custe o que custar.
Essas normas são para serem vividas, principalmente em nível pessoal. A dimensão comunitária vem como consequência, pois ninguém é uma ilha. Tanto que para vir a este mundo precisamos de duas pessoas.
O meu testemunho de fidelidade no seguimento do Mestre Jesus, será para os meus companheiros de viagem na comunidade, estímulo e encorajamento. Na medida em que persevero como indivíduo na prática evangélica, com certeza faço crescer em todo o corpo eclesial, a graça da fidelidade.
No caminho de seguimento do Mestre Jesus, não faltará provações e obstáculos. O primeiro e maior perigo é o desânimo. Aliás, isso ocorre não só em relação as exigência do ser cristão, como também na vida concreta do dia a dia.
O desânimo é o desafio número um de todo o empreendedor. Por mais competente ou sábio que a pessoa seja, não faltará ocasiões em que tudo parece não dar certo para ela. É por isso que na maioria das vezes não progredimos em nossos propósitos.
Na falta de vermos resultados imediatos, deixamos de lado o fundamental e decisivo. Portanto, vale recomeçar sempre com um coração de pobre, livre e desapegado de tudo e todos, para correr ao encontro daquele é a verdadeira riqueza: o pobre de Nazaré, o Homem Deus, que Se fez humano para eternizar a humanidade. Pobre sim, pobreza não.
Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá