Ser Bispo de Guajará-mirim ou de qualquer diocese nas Amazonas é um desafio daqueles! Estou dizendo como "de qualquer diocese da Amazonas" porque logo que cheguei aqui em Janeiro, em uma revista, li um desabafo de um bispo dizendo que ele não tem sorte em encontrar os padres necessários - ou algo semelhante!
No primeiro momento as distâncias, no caso de Guajará-mirim a diocese é 1000 kilometros de ponta a ponta. Tem padres que se encontram tão longe assim do bispo, e muitas vezes devem fazer centenas de kilometros de chão, por exemplo. E por causa da geografia interna da diocese, rios e falta de estradas, por exemplo, esta distância pode se repetir também entre as paróquias da mesma região pastoral. Ontem falando com dois seminaristas me disseram que eles vivem uns 500 kilometros longe um do outro. Concluo que a distancia vai se repetindo continuamente. Como é difícil para os agentes de pastoral ou assessores o deslocamento. Imagine a dificuldade para o bispo de se sentir perto das paróquias e paroquianos. Um deslocamento sem fim, isto acontece com cada bispo de cada diocese nas Amazonas, basta dizer que em toda Rondônia tem só três dioceses - cada uma composta de centenas de pequenas comunidades - haja carros, haja manutenção dos mesmos, gasolina, álcool, diesel ou que for!
E os padres? Guajará-mirim tem quatro padres, um mais adulto parece-me veio da Guarapuava, mas encardenado em Guajará-mirim e outros três bem jovens de Guajará-mirim mesmo. Fora disso até hoje tem um francês, quatro religiosos claretanos espanhóis, dois de Haiti, um da Índia, dois de Maringá, três de Apucarana e um diácono permanente, dois de São Paulo, e um redentorista brasileiro. Assim sendo deve ter duas ou três paroquiais sem padre fixo, umas três paroquiais que precisam se dividir e assim precisaria de mais padres. Assim sendo, deve ser claro por todo mundo, que Guajará-mirim vai precisar o apoio das demais dioceses brasileiras por vários anos. A diocese tem uns quatro seminaristas na Teologia, uns seis estudando filosofia, e uns dez num seminário que podemos chamar de pré - propedêutico. Falo assim por que se encontra em diversos anos de estudo no modo que alguns passarão para filosofia logo, outros mais tarde. Eu apoio esta experiência que neste ano foi recomeçada. Isto quer dizer que as dioceses que estão apoiando Guajará-mirim, por exemplo, devem ter uma visão de dez anos! Passando os dez anos, as vocações sacerdotais que até lá se concretizam, poderão assumir o trabalho paroquial. Mas isto não antes de 10 anos. E por isso humildemente sugiro que os vários bispos das varias dioceses que estão envolvidos neste trabalho maravilhoso, juntos com uma representação dos conselhos presbiterais e pastorais, de sentar juntos em redor de uma mesa, e juntos, regionalmente entendo eu, planejam melhor em cima da experiência adquirida..
Tem várias congregações de Irmãs espalhadas pela diocese afora e claro fazem trabalho indispensável. Á vezes, eu penso, que quando falamos sobre a sabedoria ou não de criar mulheres como sacerdotes, é bom perceber que "não é questão de aceitar "as mulheres" como sacerdotes, mas a questão é porque não aceitar "as irmãs" como sacerdotes.
São mulheres já consagradas para a Igreja vivendo em comunidade. São uma força e tanto! E, mais ainda, que elas serão bem aceitas celebrando a Eucaristia. É diferente discutir este assunto em dioceses como de Gozo, por exemplo, (que faz parte de Malta) e dioceses como das Amazonas! Recentemente passou pelo Paraná um bispo, muito bom por sinal, um tal de Dom Mario, da ilha de Gozo. Eu sempre sabia que Gozo, uma ilha de 30.000 habitantes, tem muitos padres! Mas nem eu sabia que no presente, Gozo tem cento e noventa padres dos quais quarenta estão fora da ilha, para mim era de uns noventa padres. Agora "piorou ou melhorou”? Vejam só, dois bispos, Dom Geraldo preocupado com falta dos padres e Dom Mario – gozitano preocupado com o que fazer com 150 padres numa ilha de 30.000 mil habitantes e de outros quarenta que se encontram fora da ilha. Não sei dos dois, quem mais precisa as nossas orações. Se você aceitar, que às vezes nós padres nos comportamos como cruz que os bispos devem carregar! Gostou?
Pe. João Caruana
No primeiro momento as distâncias, no caso de Guajará-mirim a diocese é 1000 kilometros de ponta a ponta. Tem padres que se encontram tão longe assim do bispo, e muitas vezes devem fazer centenas de kilometros de chão, por exemplo. E por causa da geografia interna da diocese, rios e falta de estradas, por exemplo, esta distância pode se repetir também entre as paróquias da mesma região pastoral. Ontem falando com dois seminaristas me disseram que eles vivem uns 500 kilometros longe um do outro. Concluo que a distancia vai se repetindo continuamente. Como é difícil para os agentes de pastoral ou assessores o deslocamento. Imagine a dificuldade para o bispo de se sentir perto das paróquias e paroquianos. Um deslocamento sem fim, isto acontece com cada bispo de cada diocese nas Amazonas, basta dizer que em toda Rondônia tem só três dioceses - cada uma composta de centenas de pequenas comunidades - haja carros, haja manutenção dos mesmos, gasolina, álcool, diesel ou que for!
E os padres? Guajará-mirim tem quatro padres, um mais adulto parece-me veio da Guarapuava, mas encardenado em Guajará-mirim e outros três bem jovens de Guajará-mirim mesmo. Fora disso até hoje tem um francês, quatro religiosos claretanos espanhóis, dois de Haiti, um da Índia, dois de Maringá, três de Apucarana e um diácono permanente, dois de São Paulo, e um redentorista brasileiro. Assim sendo deve ter duas ou três paroquiais sem padre fixo, umas três paroquiais que precisam se dividir e assim precisaria de mais padres. Assim sendo, deve ser claro por todo mundo, que Guajará-mirim vai precisar o apoio das demais dioceses brasileiras por vários anos. A diocese tem uns quatro seminaristas na Teologia, uns seis estudando filosofia, e uns dez num seminário que podemos chamar de pré - propedêutico. Falo assim por que se encontra em diversos anos de estudo no modo que alguns passarão para filosofia logo, outros mais tarde. Eu apoio esta experiência que neste ano foi recomeçada. Isto quer dizer que as dioceses que estão apoiando Guajará-mirim, por exemplo, devem ter uma visão de dez anos! Passando os dez anos, as vocações sacerdotais que até lá se concretizam, poderão assumir o trabalho paroquial. Mas isto não antes de 10 anos. E por isso humildemente sugiro que os vários bispos das varias dioceses que estão envolvidos neste trabalho maravilhoso, juntos com uma representação dos conselhos presbiterais e pastorais, de sentar juntos em redor de uma mesa, e juntos, regionalmente entendo eu, planejam melhor em cima da experiência adquirida..
Tem várias congregações de Irmãs espalhadas pela diocese afora e claro fazem trabalho indispensável. Á vezes, eu penso, que quando falamos sobre a sabedoria ou não de criar mulheres como sacerdotes, é bom perceber que "não é questão de aceitar "as mulheres" como sacerdotes, mas a questão é porque não aceitar "as irmãs" como sacerdotes.
São mulheres já consagradas para a Igreja vivendo em comunidade. São uma força e tanto! E, mais ainda, que elas serão bem aceitas celebrando a Eucaristia. É diferente discutir este assunto em dioceses como de Gozo, por exemplo, (que faz parte de Malta) e dioceses como das Amazonas! Recentemente passou pelo Paraná um bispo, muito bom por sinal, um tal de Dom Mario, da ilha de Gozo. Eu sempre sabia que Gozo, uma ilha de 30.000 habitantes, tem muitos padres! Mas nem eu sabia que no presente, Gozo tem cento e noventa padres dos quais quarenta estão fora da ilha, para mim era de uns noventa padres. Agora "piorou ou melhorou”? Vejam só, dois bispos, Dom Geraldo preocupado com falta dos padres e Dom Mario – gozitano preocupado com o que fazer com 150 padres numa ilha de 30.000 mil habitantes e de outros quarenta que se encontram fora da ilha. Não sei dos dois, quem mais precisa as nossas orações. Se você aceitar, que às vezes nós padres nos comportamos como cruz que os bispos devem carregar! Gostou?
Pe. João Caruana