Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"Podemos corrigir rumos, mas não trairemos as urnas”, diz Lugo ao Congresso

Reportagem Brasil de Fato

“Podemos discutir nossas agendas abertamente, corrigir rumos, mas não mudaremos nossa opção porque isso seria trair as urnas que consagraram a vontade popular de 20 de abril. A mudança é irreversível”, afirmou o presidente durante seu informe ao Congresso, que iniciou seu ano legislativo nesta quarta-feira.

No discurso, que durou duas horas, Lugo reforçou que os eixos de ação do governo são a reativação econômica, a reforma agrária, o combate à corrupção, a instauração de uma Justiça independente, a recuperação da soberania nacional e a criação de um programa de emergência social.
De acordo com o presidente, até maio deste ano foram contratados 1,5 mil funcionários por meio de concurso público, prática que não é comum no Paraguai. “Queremos que todo posto funcional na administração pública paraguaia seja ocupado por pessoas que, independente de sua opção política como ocorria no passado, cumpram com os requisitos exigidos pela lei para aceder à carreira administrativa em igualdades de condições para todos os cidadãos”, afirmou.

Na área da reforma agrária, segundo o presidente, seis mil famílias foram assentadas desde agosto do ano passado, em aproximadamente 94 mil hectares de terra.

Fernando Lugo vem enfrentando um novo problema político, desde a eleição da mera diretora da Câmara dos Deputados e do Senado. Incomodado com a eleição para a presidência do Senado de Miguel Carrizosa, do Partido Pátria Querida (centro direita), que contou com o apoio de partidos da base aliada do governo, o Partido Liberal Radical Autêntico decidiu retirar-se da Aliança Patriótica para a Mudança (APC, articulação política que elegeu Lugo).

Principal sustentação de Lugo no Congresso, o PLRA espera mais respeito e independência em relação ao governo. Porém, não deve sair dos cargos que ocupa na administração: são três ministérios e a diretoria de Itaipu, além da vice-presidência de Federico Franco, que aplaudiu a decisão do seu partido.