Cimi,
de Campo Grande (MS)
A Escola Latinoamericana de Agroecologia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), situada no município de Lapa (PR), foi cenário, nos dias 7 e 8 de julho, de uma conversa com educandos, assentados e professores sobre a questão indígena no Mato Grosso do Sul. O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) levou ao assentamento Contestado, sede da Escola, uma reflexão sobre a luta do Povo Guarani, no marco da campanha “Povo Guarani, Grande Povo” (Tetã Guarani, Tetã Tuicháva).
Para gerar estimular o debate, foi projetado o documentário “Semente de Sonhos” que, em 18 minutos, mostrou as principais agressões que sofre o povo Kaiowa Guarani no Mato Grosso do Sul e na região do Mercosul, sobretudo na faixa de fronteira entre o Paraguai e Brasil. O filme apresentou também as diferentes formas de resistência desse povo na busca de fazer valer seus direitos históricos e constitucionais.
Foi explicado para os participantes o objetivo da campanha, que visa fundamentalmente a apoiar a luta dos povos indígenas pela afirmação, conquista e consolidação de seus direitos e buscar solidariedade em nível nacional e internacional em favor dos Kaiowa Guarani.
Aproximadamente 35 educandos de diferentes estados do Brasil e estudantes da Argentina e do Paraguai participaram da atividade. Animados e tocados pela grave situação do povo Guarani, eles organizaram e apresentaram uma mística (teatro breve montado coletivamente) onde resgataram os momentos mais fortes do documentário “Semente de Sonhos” com outros dados dramáticos da situação atual vivida pelas comunidades Guarani.
Os professores e responsáveis pedagógicos da Escola também se comprometeram a multiplicar a divulgação da campanha entre os assentados e assentamentos do MST na região. Foi considerada importante a compreensão de que a luta dos camponeses pela terra e pelos territórios por parte de quilombolas e indígenas faz parte de uma mesma caminhada estratégica, que pretende quebrar a injustiça por detrás da gigantesca concentração fundiária e do agronegócio no Brasil e América Latina e, consequentemente, restituir a terra para quem a trabalha coletiva e socialmente e para os seus legítimos donos.
Com a Campanha Guarani chegando até movimentos sociais como o MST, leva-se também a denúncia de que as organizações dos fazendeiros e latifundiários estão realizando, no Mato Grosso do Sul e em outros estados, uma campanha ideológica suja, que busca confundir o pequeno agricultor e o proprietário de terra, tentando convencê-los de que os indígenas, com seu reclamo de demarcação de terra, atingirão seus interesses.
Mensagem de Solidariedade com o POVO GUARANI - GRANDE POVO!
Fonte: Brasil de Fato