Nós, jovens camponesas e camponeses, participantes da VI Assembléia Nacional da Pastoral da Juventude Rural, vindos dos estados do Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, acolhidos no chão sagrado da Bahia de Antonio Conselheiro e dos lutadores de Canudos, somos sujeitos de uma ação pastoral que privilegia a vida digna no campo e transformação da sociedade, pautados no Evangelho de Jesus Cristo e na vivência das primeiras comunidades cristãs.
Acreditamos que a vida na roça deve ser respeitada e construída cotidianamente como uma luta em favor da justiça e da paz, por isso declaramos que:
Denunciamos o agronegócio e seu projeto de morte, que escraviza trabalhadores, destrói o meio ambiente, prioriza a exportação, fomenta a fome no Brasil produzindo commodities, reforça as relações de exploração e o atrasado latifúndio.
Denunciamos também os aliados deste sinistro projeto: o Poder Judiciário, que fecha os olhos às desigualdades sociais, ousa fechar escolas itinerantes e criminalizar os pobres que se organizam; a Mídia, que confunde a opinião publica distorcendo fatos para legitimar a dominação das elites; o Estado Brasileiro, com suas políticas de financiamento do agronegócio e das transnacionais que saqueiam nossas riquezas.
Ousamos resistir a essa ofensiva das elites, propondo nos organizar para enfrentar as raízes dos problemas sociais que afetam a juventude. Convocamos toda a sociedade brasileira a se por em marcha contra a violência estrutural, física e simbólica que atinge os/as jovens trabalhadores/as, pobres e negros/as deste país. Juntamente com as Pastorais da Juventude do Brasil estaremos atuando no nosso meio, em escolas, nas comunidades para enfrentar as políticas de extermínio do Estado e das Elites.
Anunciamos juntamente com outras forças da Igreja e da Classe Trabalhadora, a construção de um Projeto Popular para o Brasil, que garanta vida digna a todos e todas, com uma Reforma Agrária ampla e massiva, com Políticas Agrícolas que priorizem a produção de alimentos para o povo brasileiro, com Políticas que enfrentem o desemprego e a desigualdade social.
Como discípulos/missionários de Jesus, nos comprometemos em:
- Trabalhar a importância da juventude e o seu protagonismo
- Ajudar os jovens da roça para que assumam a Identidade Camponesa
- Fortalecer nossa participação na Pastoral Orgânica
- Contribuir na construção de um novo jeito de ser Igreja (articulando fé e vida)
- Fortalecer a identidade e a caminhada da PJR Brasil
- Contribuir na transição do modelo agrícola convencional implementando a agroecologia e a cooperação.
- Participar da construção do Projeto Popular.
- Despertar e cultivar a cultura camponesa.
- Participar da construção e efetivação da Educação do Campo e no campo.
- Assumir a questão de gênero
Jovens: há uma esperança para teu futuro. Engajemo-nos na construção de um outro mundo possível.
Catu – BA, 29 de março de 2009.