Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Obama e os estilos de Liderança

Ontem tive a curiosidade de assistir a estréia da nova novela global, que logo no primeiro capitulo já ficou claro a trama em torno da influência e do poder. Ambas as situações se costuma se relacionar com a Liderança.

Como a história se desenrola na India, eu de imediato pensei em Gandhi, e no seu estilo de liderança. Por extensão me lembrei que daqui a poucas horas, um novo lider estará surgindo para o mundo, porém este americano. Qual estilo de liderança seria mais viável? Os indianos tem uma formação de personalidade mais mística, já os americanos tem outra, mais pragmática.

Naquele mesmo local onde Obama fará o seu discurso, um negro falou à uma multidão de pacifistas. E durante seu discurso, disse uma frase que virou símbolo do povo americano: " eu tenho um sonho!". Este homem era um pastor evangélico, e seu nome era Martin Luther King, e amanhã um dos ítens de seu sonho vai se realizar: os EUA terá pela primeira vez um negro na sua presidência.

Analisemos então Martin Luther King, que aliás, é tese de faculdade não só americana, mas, no mundo todo. Poucas pessoas sabem, mas Martin Luther King foi à Índia no final dos anos 1950 para estudar os métodos de Gandhi.

O que ele aprendeu causou grande impacto no Movimento dos Direito Civis, no início do ano 1960. No sul dos EUA os negros tinham que sentar na parte de trás do ônibus, em setores especiais nos restaurantes, e se os restaurantes não quisessem recebê-los teriam que ficar de fora, nos bebedouros públicos tinham que beber água separados e outras humilhações piores.

Hoje fica difícil acreditar que esse tipo de discriminação acontecia a menos de cinqüenta anos. Isso sem esquecer que cem anos antes americanos estavam matando americanos, numa guerra civil. Aliás, os EUA perderam mais americanos nesta guerra do que em todas as outras guerras somadas. E todo o poder, o sangue e sofrimento daquela guerra não mudou a situação cem anos mais tarde. Eles insistem na teoria do poder, no caminho do Império Romano.

Se uma pessoa branca entrasse num ônibus e todos os assentos estivessem ocupados, uma pessoa negra teria que ceder seu lugar, ficar em pé, e ir para o fundo do ônibus. Neste clima que o Dr. Martin Luther King reconheceu que não tinha poder para fazer nada a respeito disso. Mas, como Gandhi, acreditava que se sacrificando pala causa ele poderia chamar a atenção da nação para as injustiças que os negros suportavam.

Tivemos exemplos, como Malcom X e grupos como os Black Panthers, que tentaram usar a violência contra o poder, gerando mais violência. Foi a genialidade do Dr. King que insistiu em afirmar que podia conquistar direitos civis para os negros sem usar a violência, que venceu. E olha que no início muitos riram dele também.

O caminho dele foi difícil, sofreu incontáveis ameaças de morte, sua família foi vítima de violência, passou tempo na prisão por desobediência civil e até sua casa e a igreja dele foram bombardeadas. E veja o que ele conseguiu em poucos anos. Foi o homem mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz. O homem do ano da revista Times, alias, o primeiro negro americano a receber esta distinção.

O seu Decreto dos Direitos Civis, de 1964, tornou-se lei e ainda vigora até hoje. Graças a isso, um homem negro foi indicado para a Suprema Corte do País. A partir daí os negros não tiveram que sentar-se no fundo do ônibus ou beber em bebedouros separados, e puderam sentar-se no balcão dos restaurantes. E tudo isso sem recorrer ao poder. Ele usou apenas a influência!

Bush que sai, usou sempre a força para mostrar o poder, e está saindo da presidência dos EUA para entrar na história como o pior presidente dos EUA de todos os tempos. Obama tem um perfil totalmente adverso ao de Bush, e nossa esprança é que ao invés do poder, ele consiga inspirar não só os americanos, mas o mundo, usando o que estes líderes que citei usaram: a influencia!

Luiz Antonio Silva, palestrante, diretor da PHAROL-RH, autor do workshop Inteligência Emocional na Liderança.