O antigo decano da Faculdade de Comunicação Institucional da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma, dedicou sua intervenção ao tema “A família e os meios de comunicação”.
A análise do professor de Opinião Pública serviu para fundamentar sensações dos participantes no congresso: a decisiva influência que os meios de comunicação têm na educação das crianças e jovens.
Chegou a uma conclusão clara: não se trata de condenar a mídia, mas de aprender a discernir.
O catedrático iniciou sua exposição constatando que uma criança norte-americana vê quase oito horas diárias de televisão.
A respeito dos novos meios que a tecnologia oferece (desde a web e o ipod, iphone, skype...) esclareceu que “em si mesmos, não são bons nem maus, mas cada novo meio de comunicação introduz uma ganância cultural e implica simultaneamente uma perda, como mostrou Marshall McLuhan”.
Assim, por exemplo, disse, “a imprensa levou a leitura a todos os extratos sociais e possibilitou o ensino universal obrigatório; por sua vez, obscureceu toda uma cultura oral com sua enorme riqueza; a televisão mudou o modo de imaginar, de aprender e de pensar da geração audiovisual; assim como a internet está mudando os hábitos de consumo dos meios e os circuitos mentais da geração digital”, explicou o professor.
Constatou como “cada geração tem de aprender a incorporar estes avanços, ainda que às vezes paguem um alto preço, como nos EUA, onde as crianças diagnosticadas com desordem de déficit de atenção eram 150 mil em 1970 e em 2000 eram 6 milhões”.
“Se bem que a televisão não é a única responsável pela mudança, pois também influem outros fatores, como a desestruturação da família (aumento de divórcios, trabalho fora do lar dos cônjuges, etc.), o certo é que os pediatras e especialistas que aconselham pouca ou nenhuma televisão obtêm melhoras notáveis na conduta dos pequenos acometidos dessas disfunções”, afirmou o especialista espanhol.
Gaitano mostrou como os conteúdos de violência promovem comportamentos violentos, e propôs ao auditório numerosos exemplos extraídos de pesquisas acadêmicas.
“A nova identidade cultura que a mídia está propagando se caracteriza pela banalização da morte e da sexualidade, assim como pela comercialização do erotismo”, afirmou.
Diante desse panorama, o professor questionou se a mídia vai procurar um mundo feliz, e respondeu citando uma frase de Albert Einstein: “o problema não é a bomba atômica, o problema é o coração dos homens”.
“Não se trata –assegurou– de condenar os meios de comunicação, mas de aprender a discernir acerca deles”.
Finalizou dizendo que o desafio para os pais de família encontra-se em responder à emergência educativa de que fala Bento XVI.
Cada geração apresenta um novo desafio para a família. Nesta geração, o desafio está em ensinar a discernir frente à poderosa maquinaria dos meios de comunicação de massa, afirmou.
Fonte: Zenit