Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Arquidiocese vai criar primeira paróquia universitária do País

Igreja pretende implantar a primeira paróquia do gênero no País; em Maringá estima-se que existam mais de 60 mil acadêmicos e cerca de 15 instituições de Ensino Superior

Paróquia Santo Antônio de Pádua: objetivo é estabelecer a paróquia universitária pela proximidade com a Universidade Estadual de Maringá.

Maringá pode ser a primeira cidade do Brasil a ter uma paróquia universitária. A informação é de Gélson Luiz Mikuszka, um dos missionários redentoristas de Ponta Grossa a quem o desafio foi lançado pelo arcebispo Dom Anuar Battisti.
A equipe, formada por três missionários, esteve em Maringá na semana passada.
"Parece que tem uma proposta parecida de implantação em Londrina e Guarapuava, mas nada certo", comenta Mikuszka.
De acordo com o Padre Leomar Montagna, assessor da Pastoral Universitária de Maringá, as paróquias tradicionais têm áreas de abrangência que atuam sobre populações que variam entre 15 e 20 mil habitantes.
"Na região de Maringá há mais de 60 mil acadêmicos e cerca de 15 instituições de ensino", revela, justificando a necessidade de uma igreja voltada unicamente para o público universitário. "É uma cidade dentro da cidade."
Segundo o padre, a promoção de encontros de reflexão, de oração e de celebração de sacramentos estão entre os objetivos da paróquia universitária.
Mikuszka garante que não haverá qualquer tipo de interferência em nível de projeto pedagógico, mas acolhimento, principalmente aos jovens que vêm de outras cidades.
"O cuidado espiritual com as futuras lideranças do País é necessário. Elas precisam do anúncio para que saiam dali não apenas com a investigação científica, mas comprometidas com a justiça e a solidariedade."
A proposta dos missionários redentoristas e da Arquidiocese é que a futura paróquia universitária funcione na paróquia Santo Antônio, próxima da Universidade Estadual de Maringá (UEM), instituição que abriga o maior número de alunos, professores e servidores.
O trabalho, de acordo com Mikuszka, seria conjunto.
"Serão duas paróquias em uma só, que atenderá os fiéis e terá uma estrutura voltada para o universo acadêmico de modo geral", explica.
Três fases deverão ser obedecidas para que a paróquia seja efetivada. A primeira, cumprida pelos missionários, foi a de promover o diálogo entre os principais interessados - padres e comunidade universitária.
A segunda fase é a nucleação, caracterizada pela formação de mais grupos além dos já existentes e atuantes nas instituições de Ensino Superior.
"Há missas semanais na PUC e na UEM, tanto na capela quanto em alguns departamentos e freqüentes encontros entre os grupos", destaca.
A terceira e última fase é a construção jurídica da paróquia universitária, que consiste na autorização do bispo e do conselho presbiterial para a instalação. O assessor da pastoral universitária acredita que a paróquia estará em atividade até o fim do ano.

'O universo universitário é muito exigente no sentido espiritual', diz missionário
O Diário: Por que razão o arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti, pediu apoio aos missionários redentoristas na instalação da paróquia universitária?
Gélson Luiz Mikuszka, missionário redentorista: Porque nós trabalhamos com as santas missões populares, que fazem trabalhos de base com o povo de Deus para a criação de grupos missionários e também de reavivamento da fé das pessoas.
O Diário: Como foi a primeira fase deste trabalho de implantação?
Gélson Mikuszka: Estivemos em Maringá, na semana passada, em três missionários. E decidimos, em um primeiro momento, pregar a missão na paróquia Santo Antônio, para que ela tenha reflexos dentro da Universidade Estadual de Maringá (UEM). E já percebemos alguns deles.
O Diário: Por exemplo?
Gélson Mikuszka: Pessoas de muita fé, que têm caminhada de Igreja, e pessoas que, muitas vezes, dentro da própria universidade, ainda não são vistas como pessoas de fé. Esse reflexo indica a boa acolhida da missão.
O Diário: Instalar uma paróquia específica para universitários não é uma forma de segmentar os fiéis?
Gélson Mikuszka: A idéia não é segmentar, mas orientar. O campo universitário é muito exigente no sentido espiritual. Em época de formatura você não imagina a dificuldade que alunos e funcionários têm para agendar igrejas, e isso é um bom exemplo do quanto a orientação poderia ajudar.
O Diário: Por que o senhor acredita que ainda não há paróquia universitária no Brasil?
Gélson Mikuszka: Porque a missão é desafiadora, que exige um trabalho bem direcionado e orientado.

http://www.odiariomaringa.com.br/noticia/195956
Juliana Daibert