Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Aniversário de 118 anos da Paróquia Senhor Menino Deus - Ceará

“Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo,

embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo.De fato, todos nós,

judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos

um único corpo,e todos nós bebemos de um único Espírito.” (1Cor 12,12-13)

O padre José Josias Gomes Araújo, pároco, convida você e sua família para a comemoração do aniversário de 118 anos de ereção canônica da Paróquia Senhor Menino Deus.

A criação desta paróquia aconteceu em 27 de junho de 1893 por provisão do então Bispo do Ceará, Dom Joaquim José Vieira, que, ao separar, dividir e desmembrar este território canônico da freguesia de Lavras, criou na Povoação da Aurora a Freguesia do Menino Deus da Aurora, nomeando o padre Vicente Pinto Teixeira pároco.

Passados 118 anos, queremos celebrar a vida ativa de um povo fiel e atuante que manifesta, por conseguinte, a fidelidade e atuação da própria Paróquia Senhor Menino Deus.

Os festejos acontecerão com a celebração da Santa Missa no domingo, 26 de junho de 2011, às 7:00h da manhã, na igreja matriz. Após, haverá café da manhã comunitário e show com o grupo musical do Terço da Juventude Milagrense. Durante a manhã, a Sala Histórico-Pastoral Pe. Francisco Luna Tavares (museu paroquial) estará aberta à visitação.

Aguardamos vossa honrosa presença.

Aurora – Ceará, 19 de junho de 2011.




HISTÓRIA

A história da Paróquia Senhor Menino Deus de Aurora tem suas raízes firmadas na capela Senhor Menino Deus, edificada na fazenda Logradouro em 1837 pelo Coronel Francisco Xavier de Sousa, em atendimento a um pedido de sua esposa, Maria dos Santos Xavier, que na oportunidade cumpria votos de promessa realizada. Com o falecimento do Coronel Xavier, membros da comunidade, os senhores: Tenente Manoel Joaquim Carneiro, Capitão Antônio Pinto Teixeira e João de Melo Borburema, auxiliados pelo povo, deram continuidade à construção da capela, aumentando assim sua área construída. Mas por volta de 1864, um padre de nome Agostinho Afonso Ferreira, sacerdote zeloso e trabalhador, conhecendo a boa disposição do povo local, empreendeu relevantes serviços na capela, tais como: coberta, corredores, pequeno consistório e um cemitério localizado atrás da referida. As coisas estavam neste pé quando em 1868, por força de uma lei provincial, foi o pequeno arraial da Venda (hoje a cidade de Aurora) elevado à categoria de distrito de Paz. No correr dos anos foram aparecendo outros padres, como: Pe. Joaquim Machado da Silva, Pe. Francisco Tavares Arco-Verde, Pe. Manoel Felix de Moura e o Pe. Vicente Pinto Teixeira, este último filho da terra. Em 1887, já tendo por lei provincial nº 2111 de 1884, elevado à Vila de Aurora o distrito de Paz da Venda, retirou-se o Pe. Vicente Pinto Teixeira, indo a passeio na capital cearense, onde encontrou o Bispo Diocesano D. Joaquim José Vieira, que o nomeou vigário da freguesia de Trahery. Com a saída do Pe. Vicente, os trabalhos de construção do novo cemitério não foram concluídos, mas, em 1888, ele voltou à terra natal para visitar familiares e aqui organizou e instalou em outubro do mesmo ano a conferência de São Vicente de Paulo. Ao retornar à freguesia de Trahery, o Pe. Vicente continuou insistentemente pedindo aos seus superiores um vigário para a Capela do Menino Deus, já que a comunidade local estava sem assistência espiritual.

Foi quando, por provisão de 27 de junho de 1893, pelo Bispo D. Joaquim José Vieira, a Capela do Senhor Menino Deus da Vila de Aurora elevada a Matriz, compreendendo em seu território partes desmembradas das freguesias de Lavras, Missão Velha e Milagres. A nomeação do Pe. Vicente, primeiro vigário da paróquia, aconteceu no dia 30 de julho do mesmo ano. Após renunciar a paróquia de Aurora, o Pe. Vicente foi ser vigário geral da Arquidiocese de Fortaleza, donde veio a falecer. Passados quase oito anos sem vigário permanente, a paróquia Menino Deus recebeu o sacerdote filho do vizinho município de Lavras da Mangabeira, Mons. Vicente Augusto Bezerra, o qual permaneceu à frente desta casa religiosa de 1906 a 1953. O seu sucessor, Pe. Francisco de Luna Tavares, dirigiu os destinos desta paróquia no período compreendido entre 1953 e 1971, sendo em seguida transferido para a paróquia de Missão Velha. No dia 7 de fevereiro de 1980, em viagem ao Rio de Janeiro, um acidente automobilístico lhe tirou a vida. Com o afastamento do Pe. Luna, o posto foi ocupado pelo aurorense Pe. Francisco França. Este permaneceu de 1971 a 1987, quando no dia 10 de junho de 1987 veio a falecer. O outro sacerdote designado para a paróquia Senhor Menino Deus, Frei Jeremias Saraiva Teles, ficou à frente dos trabalhos religiosos até 1989. Em seguida, o Pe. Vicente Luiz dos Santos, natural de Iara, distrito de Barro – CE, assumiu o cargo na paróquia. Ele tomou posse no dia 12 de fevereiro de 1989 e ficou até 3 de janeiro de 2003. Com a saída do Pe. Vicente Luiz dos Santos assumiu o Pe. Cícero Adauto dos Santos de Sousa, natural do município de Lavras da Mangabeira - CE. No dia 1 de agosto de 2004 chega na paróquia Senhor Menino Deus o Pe. Antonio Luis do Nascimento, natural do município do Crato – CE, tomando cargo de vigário paroquial, para auxiliar o Pe. Adauto. Em 25 de junho de 2005 o então pároco, Pe. Cícero Adauto vai para a cidade do Crato e o Pe. Antonio Luis do Nascimento toma posse pela imposição do Bispo do Crato, D. Fernando Panico, em 3 de julho de 2005, como administrador paroquial. Passados alguns meses, o Pe. Antonio sai da paróquia Aurora e vai para Mauriti, deixando em seu lugar o Pe. Cicero Leandro Cavalcante, empossado no dia 3 de fevereiro de 2006.

(adaptado de “Uma breve história de Aurora – Ceará”,

Jean Tavares, 1993, pág. 42)

CURIOSIDADES

Na opinião dos historiadores Antônio Martins Filho e Raimundo Girão, a primeira capela teria sido levantada por um preto chamado Benedito José dos Santos, com esmolas tiradas entre os moradores da ribeira do Salgado, tendo São Benedito por padroeiro. Já o escritor Renato Braga afirma que esta capela data do Segundo Império (1840-1889), sendo posterior a da fazenda Logradouro. O pesquisador Deoclécio Leite de Macedo parece esposar esta opinião quando escreve: “Capela de São Benedito, na Aurora Velha, hoje desaparecida, construída em meados do séc. XIX”.

A lógica dos fatos nos conduz a essa dedução. Se Mestre Benedito, conforme reza a tradição, originário da província da Bahia, chegou à nossa região por volta de 1845, como escravo alforriado, obviamente que a construção de sua capela foi posterior à da fazenda Logradouro, que data de 1837. Se a capela de São Benedito fosse anterior à do Menino Deus, como podemos entender que aquela somente fosse concluída muitos anos depois, ou seja, quando Mestre Benedito regressou do Rio de Janeiro, para onde viajara pouco antes de 1870 a fim de avistar-se com o imperador Pedro II e pedir-lhe ajuda para a conclusão da capela?

E foi o que ele fez, por ocasião do término da Guerra do Paraguai. No Rio de Janeiro, o lealdoso preto conseguiu falar com o imperador, e este, após ouvir Benedito, presenteou a capela com algumas imagens, alfaias e paramentos necessários à celebração de ofícios religiosos. Deu-lhe também um sino com o brasão do Império (que hoje se encontra na Igreja Matriz de Aurora), retratos a óleo dos soberanos e algum dinheiro.


(adaptado de “Aurora – História e Folclore”, Amarílio

Gonçalves Tavares, pág. 13)

A primeira imagem do Padroeiro de Aurora, Senhor Menino Deus, era de gesso e veio da França. A atual, que se acha no altar-mor, é de madeira e foi esculpida em 1954 por um escultor português, de nome Joaquim de Sousa, residente no Rio de Janeiro.

(adaptado de “Aurora – História e Folclore”, Amarílio

Gonçalves Tavares, pág. 15)

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