Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Privilégios na Igreja?

Acredito que não deva fazer verse diferença entre lideranças e povo. O exagero nos destaque só cria barreira, gera a auto suficiência de grupo e impõe uma menos importância ao restante.

Partilho com vocês alguns acontecimentos que acontece e não concordo e faz necessária uma discussão.

Não sei por que, algumas paróquias vão criando divisões dentro da Igreja, dando a um grupo privilégios como se fossem possuidor de algo á mais do que as outras lideranças e todo o povo. Cada vez mais, tenho a convicção que isso causa indignação em muitas pessoas.

Esses privilégios ficam visíveis e inaceitáveis principalmente nas celebrações da Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa, Sábado Santo e na celebração de Corpus Christi.

Nessas celebrações fica bem claro que Cristo quis e quer romper com toda desigualdade, privilégios, com um sistema piramidal onde que no “topo”, nos melhores lugares estão os que se consideram “melhor” e depois o “resto”. O povo.

São celebrações que faz memória do Cristo servidor, que nunca aceitou privilégios e que sempre preferiu ficar não somente perto do povo, mas quis ficar no meio do povo, se fez como o povo. Com toda certeza porque o privilégio dado a grupos o enojava, o deixava indignado.

Em algumas paróquias, em dias dessas celebrações se reservam bancos centrais para ministros da Eucaristia, os coroinhas, ministros dos doentes e ministros do incenso.

Os lugares melhores, centralizados é para esses “grupos privilegiados”, restando para o povo o lateral e o fundo da igreja. Porque quando o povo chega à igreja esses lugares estão todos desouculpados, mas não podem sentar porque estão reservados.

E ainda, esse grupo não pode comungar na fila com o povo, então sobem um por um no altar; não podem ficar na fila como o povo para receber o Cristo que tudo fez para por fim nos privilégios.

Outro fato que não concordo e que precisa ser repensado é na celebração da Quinta-Feira Santa e de Corpus Christi onde a Eucaristia é levada para outro local e sai pelas ruas. Em algumas paróquias, ao redor do padre levando o Cristo Eucarístico vai o “grupo de privilegiados”, (ministro da Eucaristia, coroinhas e ministros do encenso) e depois bem distante do Cristo Eucarístico que sempre ficou no meio do povo - vai o povo, que são impedidos de caminhar próximo - de estar próximo. O povo diante dessa atitude da Igreja em algumas paróquias fica sempre a “margem”, como se fossem possuidor de um pecado que determinado grupo de pessoas não possui.

Acredito que não deva fazer verse diferença entre lideranças e povo. O exagero nos destaque só cria barreira, leva a auto suficiência de grupo e impõe uma menos importância ao restante.

No ano de 2010 quando cheguei à igreja na quinta feira Santa fiquei observando a indignação do povo que ia chegando e vendo uma quantidade exagerada de banco nos lugares centrais reservado e o povo tendo de ficar no lateral ou no fundo da igreja e uma quantidade grande não tendo onde sentar. Diante da situação resolvi pegar a chave das salas e por cadeiras nos corredores. Quando cheguei para pegar a chave questionei os lugares reservados e veja só, infelizmente um ministro teve a coragem de dizer que a celebração nesses dias é para os ministros.

Olha o que esses privilégios causam. Como pode alguém achar que essas celebrações são prioridade de um grupo. Essas celebrações são momentos mais expressivos da entrega total de Cristo para o povo sem privilégios. Querer direcionar essas celebrações a um grupo é trair o próprio Cristo. É manipular o povo. É não enxergar o valor do povo. É não entender a ação pastoral de Cristo. E ainda talvez o que seja pior, a pessoa não sabe o que significa o próprio ministério/serviço que exerce.

Acredito que em celebrações como a de Corpus Christi onde Cristo Eucarístico caminha, todas as lideranças incluindo os ministros/as devem estar no meio do povo e deixar o povo caminhar próximo.

Banco reservado e principalmente em lugares centrais deva acontecer somente no dia e para quem vão receber os Sacramentos do Batismo, 1ª Eucaristia e Crisma; porque ai sim, nesse dias essas pessoas são especiais. Caso contrário não pode acontecer. São muitas pessoas que ficam indignadas com essas coisas e a tendência é cada dia aumentar o números de pessoas que vão decepcionando, vão desacreditando porque sabem que não tem fundamento tais privilégios, tais hierarquia.

Infelizmente não é invenção o relato acima, são fatos que acontece e acredito que é preciso fazer uma reflexão para uma mudança.