Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

domingo, 27 de março de 2011

Homilia III Domingo Quaresma A – março de 2011

1ª Leitura: Ex 17, 3-7

Atitude do Povo: o povo estava sedento de água. Hoje sedento de quê? O povo murmurava: precariedade dos meios, dúvidas na fé, tentado a voltar atrás, perde a esperança. Deus não desiste do sonho, renova a fé, não desiste. Que atitudes tomar diante de quem vive se desgastando, provocando males, que abandonam facilmente a caminhada já que não possuem raízes de fé profunda, pois dizem: “Deus está ou não no meio de nós?” (só enxergam o momento)

Atitude de Moisés: Não fica preso só ao momento presente. Toma a posição de Deus. Passa adiante do povo. Não faz o que o povo pede ou quer no momento, mas vê mais longe, passa adiante, dá ao povo não o que pede ou quer, mas o que este precisa. O que este precisa? Fazer a experiência de Deus. “Eu estarei lá diante de ti, sobre o rochedo” (Deus força, defesa, apoio).

Moisés (nós) clamou ao Senhor, pediu a força do alto para mudar aquilo que é impossível para os homens porque sabia que para Deus tudo é possível. Intercede, pede discernimento, meios etc. Ele acredita que Deus é maior do que qualquer crise, condicionamento, não discute ou provoca. Faz, multiplica o bem, acredita e afirma: Deus está no meio de nós! Nós vamos vencer!

2ª Leitura: Rm 5, 1-2. 5-8.

Deus está no meio de nós, por isso caminhamos com expectativas para o futuro: “A esperança não decepciona. Sei em quem acreditei”. Cristo é o caminho para onde devemos olhar. Se olharmos para nós mesmos, vamos afundar como Pedro: “Afasta-te de mim Senhor... Senhor socorra-me”. Quando éramos fracos, pecadores, ímpios, Cristo morreu por nós. Os grandes convertidos ficam, também, comovidos por este amor. Na fragilidade dos irmãos, não identificá-los com o mal: Toda pessoa é maior do que sua culpa: “Não quero a morte do pecador, mas que se converta e viva”.

Nossa missão não é apontar quem não merece se aproximar do sagrado, mas chamá-los a salvação. Peçamos os meios e a forma certa.

Evangelho Jo 4, 5-42

Posição de Jesus (Deus): Supera o preconceito de raça (Judeus / Samaritanos), de discriminação (não se fala segredos; coisas sérias para a mulher, a relação é de malícia), e do nacionalismo religioso (templo / monte).

Posição da Samaritana (Comunidade): situação – balde vazio, busca o quê? Todos buscam algo que realize. Às vezes encontram águas paradas, racionada (bens de consumo, oportunismo, ficam com o mais fácil, o mais cômodo).

Jesus é a resposta, solução, traz água viva (Espírito Santo). Faz brotar uma fonte em cada um de nós (Deus não economiza). A partir do contato com Cristo encontramos água (força do alto). Onde? Nas diversas práticas do apostolado, dos sacramentos, da Palavra e da Comunidade.

Jesus (cansado): “Dá-me de beber”. Tem sede de quê? Valores, justiça, vida sadia, perdão, amizade etc.

Jesus se aproxima e descobre o que de bom cada um traz consigo, conhece as angústias do coração. Neste contato pede uma revisão de vida, faz sentir necessidade de salvação, mudança.

Samaritana (nós): pensa pequeno (só no momento): “Dá-me água para que não tenha que vir tirá-la”. Quais são nossas preocupações no momento: coisas profundas ou periféricas?

Jesus: pensa sério: “Está chegando a hora... verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e verdade”. Fazer o bem = nossa missão = Jesus: “Ele passou a vida fazendo o bem e curando todos os males” (At 10, 37). Deus não é só um quebra galho.

Samaritana (nós) = Evangeliza. Vai anunciar, reúne o povo em torno de Jesus. Faz Jesus acontecer no meio dos considerados maus, hereges etc. Jesus permaneceu com eles (enquanto que Jesus no judaísmo fora recebido com hostilidade, pois eles se consideravam bons). Jesus poço de graça e salvação. Encontrar um poço no deserto é uma riqueza. Dentro de cada um de nós há um poço, um mistério.

Comunidade: É um poço, gera vida, faz a experiência com Deus, encontra a salvação: “E muitos outros creram por causa da palavra”. Mas para o evangelizador (Samaritana): “Convém que Ele cresça e eu diminua”. “Já não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmos estamos convictos de nossa fé. Ele é a nossa salvação”. A quem iremos? “Só tu tens palavras de vida eterna”.

Pedagogia de Jesus com a Samaritana: passos

1°) O Pastor dá o 1° passo, vai ao encontro, inicia o diálogo (v. 5).

2°) Põe-se do lado dos mais desgraçados (v. 6).

3°) Valoriza o pequeno (v. 7).

4°) Revela-se antes por sua missão (v.9).

5°) Faz-se oferta (v. 10-12).

6°) Não desiste frente do desafio e o interesse da mulher (v. 14-15).

7°) Toca na desgraça da mulher (v. 16).

8) Desperta a confiança e possibilita a autenticidade (v. 17).

9°) Fala da verdade que liberta (v. 18).

10°) Revela a saída falando com segurança (21-23).

11°) Só então o Pastor se revela pelo nome (v. 26).

12°) Multiplica sua força e a mulher se torna uma missionária evangelizadora (29).

13°) Une as pessoas da sua comunidade (v. 30-42).

14°) Começa a caminhada e a comunidade não fica amarrada à mulher, mas vai até Cristo e assume a proposta, a salvação (v. 42).

Pe. Léo

Paróquia Santo Expedito – Maringá - Paraná