Acompanhado dos vinte e três bispos do Paraná, fui cumprir um dever de pastor do rebanho a mim confiado, que é a Arquidiocese de Maringá. Como peregrino estive aos pés dos apóstolos Pedro e Paulo, ambos missionários em tempos diferentes. O primeiro conheceu e conviveu pessoalmente com o Mestre, o segundo conheceu pelo testemunho dos primeiros cristãos que ele mesmo perseguia e martirizava.
Ao estar diante do túmulo de Pedro senti ecoar a pergunta de Jesus: "Tu me amas mais do que estes"? Ali refis a minha missão de pastor, que não pode ser outra a não ser a de amar, amar a todos, amar sempre e amar por primeiro.
Essa mesma disposição em recomeçar como se fosse o primeiro dia, também ecoou no coração ao beijar o anel do Pedro hoje, o papa Bento XVI.
Naquele anel está a aliança de amor do escolhido de Deus em servir e amar a Igreja Católica, Universal, na qual se encontra também a Igreja Particular de Maringá, confiada à minha fraqueza, pois nela que se manifesta o poder misericordioso de Deus. "Tudo posso naquele que me fortalece" diz o apóstolo Paulo.
Os momentos mais marcantes de todos estes dias foram os dois encontros com o papa. O primeiro foi a audiência todos juntos, onde dom Moacir Vitti falou em nome de todos e entregou uma pequena oferta e o papa fez a sua mensagem e nos deu de presente uma cruz. O segundo quando fomos recebidos em grupo de quinze, por mais de uma hora.
Fomos recepcionados na biblioteca do papa, lugar onde ele recebe as pessoas mais íntimas. Ali permanecemos em uma comunhão de experiências contadas por cada um dos bispos, e o Santo Padre, intervinha perguntando, afirmando, fazendo sinal de que estava perfeitamente escutando tudo.
Todos nós falávamos em português e quando ele não entendia, um sacerdote brasileiro traduzia em italiano. Somente uma vez ele pediu a tradução porque não havia entendido.
Senti realmente o amor de pai que acolhe, escuta, anima e abençoa os filhos para que sejam fiéis à missão. Eu já havia encontrado o papa outras vezes, mas nunca tive a oportunidade de estar com ele mais de uma hora.
Estar com ele e ouvir cada irmão bispo foi um momento muito enriquecedor. Saí daquela sala não só animado, mas abençoado para abençoar o meu querido povo de Maringá.
Todos os dez dias de peregrinação foram marcados pela convivência fraterna entre nós bispos do Paraná. Vivemos na mesma casa, celebramos a Eucaristia diária, sempre juntos, refizemos as forças físicas na mesma mesa, caminhamos juntos pelos mesmos paralelepípedos do Vaticano e de Roma.
Tudo favoreceu o diálogo e o encontro sincero nas mais variadas reuniões com os Cardeais e seus secretários que colaboram com o governo da Igreja. Muitas dúvidas solucionadas, perspectivas iluminadas, unidade refeita, comunhão aumentada.
Enfim, dias de graça e de entusiasmo para todos nós. Dos dezoito grupos de bispos de nossa Conferência Nacional, fomos o penúltimo grupo a realizar a visita "ad Limina".
Coincidentemente no último dia da visita, o papa Bento XVI assina a Exortação Apostólica "Verbum Domini", carta Encíclica sobre a Palavra de Deus, tão esperada por todos. Diz o papa logo no início da carta: "Desejo assim indicar algumas linhas fundamentais para uma redescoberta, na vida da Igreja, da Palavra divina, fonte de constante renovação, com a esperança de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial". (n.1)
Ele quer uma Religião da Palavra e não de um livro; "A fé cristã não é uma 'religião do Livro': o cristianismo é a 'religião da Palavra de Deus', não de 'uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo'." (7)
Nas vésperas de um novo consistório, onde todos os cardeais se reúnem para receber os novos membros do colégio cardinalício e com o papa passar um dia de oração e reflexão, deixei a cidade de Roma, para recomeçar a missão em Maringá.
Nesta terra, com estes presbíteros, com estas lideranças, com este povo, neste lugar, sob a luz do Espírito Santo que guia e conduz a Igreja de Jesus Cristo em meio às ondas, às vezes revoltas do mundo hoje. Mas é Ele que conduz. Tudo isso porque estive com Pedro.
Dom Anuar Battisti
Ao estar diante do túmulo de Pedro senti ecoar a pergunta de Jesus: "Tu me amas mais do que estes"? Ali refis a minha missão de pastor, que não pode ser outra a não ser a de amar, amar a todos, amar sempre e amar por primeiro.
Essa mesma disposição em recomeçar como se fosse o primeiro dia, também ecoou no coração ao beijar o anel do Pedro hoje, o papa Bento XVI.
Naquele anel está a aliança de amor do escolhido de Deus em servir e amar a Igreja Católica, Universal, na qual se encontra também a Igreja Particular de Maringá, confiada à minha fraqueza, pois nela que se manifesta o poder misericordioso de Deus. "Tudo posso naquele que me fortalece" diz o apóstolo Paulo.
Os momentos mais marcantes de todos estes dias foram os dois encontros com o papa. O primeiro foi a audiência todos juntos, onde dom Moacir Vitti falou em nome de todos e entregou uma pequena oferta e o papa fez a sua mensagem e nos deu de presente uma cruz. O segundo quando fomos recebidos em grupo de quinze, por mais de uma hora.
Fomos recepcionados na biblioteca do papa, lugar onde ele recebe as pessoas mais íntimas. Ali permanecemos em uma comunhão de experiências contadas por cada um dos bispos, e o Santo Padre, intervinha perguntando, afirmando, fazendo sinal de que estava perfeitamente escutando tudo.
Todos nós falávamos em português e quando ele não entendia, um sacerdote brasileiro traduzia em italiano. Somente uma vez ele pediu a tradução porque não havia entendido.
Senti realmente o amor de pai que acolhe, escuta, anima e abençoa os filhos para que sejam fiéis à missão. Eu já havia encontrado o papa outras vezes, mas nunca tive a oportunidade de estar com ele mais de uma hora.
Estar com ele e ouvir cada irmão bispo foi um momento muito enriquecedor. Saí daquela sala não só animado, mas abençoado para abençoar o meu querido povo de Maringá.
Todos os dez dias de peregrinação foram marcados pela convivência fraterna entre nós bispos do Paraná. Vivemos na mesma casa, celebramos a Eucaristia diária, sempre juntos, refizemos as forças físicas na mesma mesa, caminhamos juntos pelos mesmos paralelepípedos do Vaticano e de Roma.
Tudo favoreceu o diálogo e o encontro sincero nas mais variadas reuniões com os Cardeais e seus secretários que colaboram com o governo da Igreja. Muitas dúvidas solucionadas, perspectivas iluminadas, unidade refeita, comunhão aumentada.
Enfim, dias de graça e de entusiasmo para todos nós. Dos dezoito grupos de bispos de nossa Conferência Nacional, fomos o penúltimo grupo a realizar a visita "ad Limina".
Coincidentemente no último dia da visita, o papa Bento XVI assina a Exortação Apostólica "Verbum Domini", carta Encíclica sobre a Palavra de Deus, tão esperada por todos. Diz o papa logo no início da carta: "Desejo assim indicar algumas linhas fundamentais para uma redescoberta, na vida da Igreja, da Palavra divina, fonte de constante renovação, com a esperança de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial". (n.1)
Ele quer uma Religião da Palavra e não de um livro; "A fé cristã não é uma 'religião do Livro': o cristianismo é a 'religião da Palavra de Deus', não de 'uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo'." (7)
Nas vésperas de um novo consistório, onde todos os cardeais se reúnem para receber os novos membros do colégio cardinalício e com o papa passar um dia de oração e reflexão, deixei a cidade de Roma, para recomeçar a missão em Maringá.
Nesta terra, com estes presbíteros, com estas lideranças, com este povo, neste lugar, sob a luz do Espírito Santo que guia e conduz a Igreja de Jesus Cristo em meio às ondas, às vezes revoltas do mundo hoje. Mas é Ele que conduz. Tudo isso porque estive com Pedro.
Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá
