Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Precisamos lutar para salvar a nossa juventude

Não é novidade para ninguém a situação de violência porque passa a juventude. Todos os dias temos tristes notícias sobre jovens mortos, envolvidos com drogas e álcool, em acidentes automobilísticos, em crimes sexuais etc. E nos perguntamos: por que tantos jovens são envolvidos por contravalores? Por que tantos jovens caem nos vícios? Por que tantos jovens são exterminados? O que é que está errado?

Devemos nos perguntar qual a visão que temos dos jovens. Muitos, na ignorância, acham que a culpa é só dos jovens mesmo ou da família deles, que os jovens são preguiçosos e irresponsáveis, que não são merecedores de confiança e tudo o mais. Será que é isso mesmo?

Os adolescentes e jovens vivem numa fase de opção de vida, de escolhas importantes, de elaboração de projetos para a vida pessoal, familiar e profissional. Para escolher algo, é necessário ter referências. Daí a pergunta que serve para os que não somos mais tão jovens: que referências estamos sendo para os jovens? Que modelos estamos apresentando a eles? Que tipo de sociedade estamos construindo para que eles queiram se integrar nela e não viver à sua margem? A resposta a essas perguntas nos envolve a todos. Será que os nossos adolescentes e jovens olham para nós, para nossas famílias, para nossas escolas, para nossas igrejas e para a nossa sociedade e não gostam do que veem? Por quê? Será que eles é que não estão enxergando bem ou nós não estamos empolgando-os pelo que somos e pelos modelos que apresentamos?

A colocação da problemática dessa maneira traz como conseqüência o fato de que o problema também é nosso. Não adianta ficar reclamando e só botando a culpa nos próprios jovens ou nos traficantes. È necessário que todos nos comprometamos e façamos alguma coisa: famílias, escolas e universidades, governos, igrejas, partidos políticos, sindicatos, empresas, associações de moradores e outras organizações.

Está sendo votada nesses dias no Senado a chamada “PEC da Juventude”, já aprovada por unanimidade na Câmara Federal. É uma proposta de emenda constitucional que insere a juventude no capítulo dos direitos e garantias fundamentais da Constituição Federal, garantindo-lhes o acesso a direitos que já são constitucionalmente assegurados às crianças, adolescentes e idosos.

Se aprovada, a PEC da Juventude será fundamental para consolidar as políticas públicas de juventude em todos os níveis de Estado, e assegurará a melhoria da qualidade de vida de 50 milhões de jovens com idade entre 15 e 29 anos. Também permitirá que se estabeleça o Plano Nacional de Juventude, com metas a serem cumpridas pela união, estados e municípios e que se elabore o Estatuto da Juventude.

A PEC da Juventude colocará o jovem como sujeito de direitos sociais, o que não havia até então. Isso garantirá as verbas necessárias nos orçamentos para as políticas voltadas à juventude. Os governos terão, por exemplo, que elaborar e sustentar programas de prevenção e atendimento especializado aos jovens dependentes de entorpecentes e drogas afins.

A aprovação da PEC da Juventude é um grande avanço no sentido de valorização da juventude e seus desafios. Cabe à sociedade toda garantir que seja aprovada e aplicada.

Porém, fica o apelo à consciência de cada pessoa, família, escola, igreja, governo e outras organizações, sobre o que estão fazendo para que a juventude possa escolher os verdadeiros valores, as opções pelo bem e pela vida, possa realizar os seus ideais de construir um mundo melhor.

Pe. Sidney Fabril é coordenador da ação evangelizadora na Arquidiocese de Maringá