Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mesa redonda debate Economia Solidária na OAB de Apucarana

O Prefeito Municipal João Carlos de Oliveira, o Presidente da Câmara Municipal de Vereadores Mauro Bertolli, outras autoridades e lideranças participaram da mesa redonda sobre Economia Solidária organizada pela equipe da CFE 2010, no dia 26 de março de 2010, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Apucarana, tendo como mediador o advogado Celso Paulo da Costa.

"Sem homens novos, dificilmente teremos uma nova sociedade”
O tema “Experiências de Economia de Comunhão” foi apresentado pelos Professores Manoel Quaresma Xavier e Antonio Carlos Campos do departamento de Ciências Contábeis e Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
A Economia de Comunhão iniciou com os Folcolares, em 1943, durante a 2ª Guerra Mundial, na Itália e no Brasil, em 1991. O elemento central da Economia de Comunhão é o ser humano e está alicerçada no respeito, dignidade, confiança, compreensão e amor que envolve fornecedores, trabalhadores, clientes e governo.
A Economia de Comunhão não é filantropia e depende de que as empresas se disponham a) ajudar às pessoas em dificuldades, b) difundir a cultura do dar e a da reciprocidade, c) desenvolver a empresa e permanecer eficiente e competitiva enquanto se abre à gratuidade.
“É possível uma economia de comunhão, solidária, onde os pequenos também se unam”, comentam. E acrescentam: “Cuidar do meio ambiente e fazer os 3 Rs: a) Reduzir desperdício de água, energia e alimento, b) Reutilizar alimentos e a água de chuva, c) Reciclar o que precisa ser precedido das duas atitudes anteriores”.

“Os políticos são retratos desta sociedade”
O Presidente da Associação Comercial e Industrial de Apucarana (ACIA), Jaime Leonel, no tema “Desafios da Economia diante da Globalização e do Consumismo”, fala que é desconfortável o termo Economia Selvagem, quando ele emprega 200 funcionários que representam 200 famílias e que são disciplinados, que valorizam o trabalho e sempre pela manhã fazem oração.
O país passa por uma desindustrialização em vários segmentos, como por exemplo, o de brinquedos que muitos são produtos Asiáticos. Ele é favorável pela segurança dos trabalhadores, mas o Brasil é onde se cobra um dos maiores encargos trabalhistas.
A Globalização está atrasando o país, sobretudo, na educação e na saúde por causa dos investimentos deficitários. Ela trouxe consumismo, desemprego e faz com que as pessoas troquem suas prioridades. “Os políticos são um retrato desta sociedade. Podemos ter bons políticos e eleger outros melhores ainda”, avisa Jaime Leonel.

“Na terra não há vivência plena do Reino”
O assessor das Pastorais Sociais da Diocese de Apucarana, Padre Lino Batista, ao falar do tema “A Economia na perspectiva Teológica – Bíblica”, diz que a proposta da Campanha da Fraternidade 2010 é que a Economia se torne um instrumento de comunhão. Uma espiritualidade baseada no relacionamento de comunhão na Trindade pode contribuir muito para a não absolutização do lucro, da cultura ou do modelo político.
“Na terra existem antecipatórios do Reino de Deus, de economia solidária, de comunhão e espiritualidade que serão encontrados um dia no céu. Na terra não há vivência plena do reino”, afirma o padre.

“Não é proibido ganhar dinheiro, mas o modo de ganhá-lo”
O professor Antônio Pereira do Departamento de Economia da Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (FECEA), ao falar do Tema “Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010 e Economia Solidária”, disse que o capitalismo é concentrador e excludente. No Brasil, aproximadamente, há 20 mil iniciativas de auto-gestão que produz e partilha. “Não é proibido ganhar dinheiro, mas o modo que se usa para ganhá-lo”, afirma.
Economia solidária é partilhar o lucro e também o risco. É a valorização do ser humano e as necessidades básicas como eixo central. “Utiliza-se os recursos naturais, mas os resíduos precisam de uma destinação final e construir a justiça econômica diante das desigualdades sociais é uma proposta do mundo do trabalho solidário, justo e fraterno”, conclui o professor.

Irmã Cecília Zaneti
Coordenadora da Cáritas da Diocese de Apucarana