Hoje, a Família recebe, de um lado, força a favor de sua estabilidade. De outro, há forças demolidoras, que a querem destruir. A televisão, por exemplo, certos canais, com suas novelas, a cada momento, lança o seu ataque na promiscuidade e formação de famílias irregulares.
Apresenta casais, depois de anos de convivência, levados à separação e na busca de uma nova família: alguém já de idade no relacionamento com jovens. De outro lado, jovens que se unem sem a devida preparação para o casamento, dizendo: vamos nos casar; se der certo, bem; se não der, a gente parte para outro largando o primeiro.
Grassa a infidelidade e novas uniões ilícitas. São revistas, filmes, entrevistas e tantas outras que desprezam o valor da família, numa intensa campanha a favor do aborto e do que chamam – por muitas delas, também – “o direito da Mulher” de matar o próprio filho ainda no ventre materno. O divórcio, agora mais facilitado pelo Congresso Nacional.
Digo aos meus Leitores: guardem os nomes dos Deputados Federais e Senadores a favor da dissolução da família; vamos alijá-los do Congresso Nacional nas próximas eleições. Queixa a sociedade da degradação de jovens e adolescentes, que se entregam às mazelas do álcool, do sexo depravado, de más leituras, etc.
Mas, perguntamos, por que esta mesma sociedade não reage contra essa corrupção social? As portas se abrem ao crime e as consciências se fecham à busca da virtude e do bem.
Mas a família não está perdida. A família é algo precioso. O valor de ser MÃE encontra sua força em exemplos de mulheres extraordinárias. Lembro Santa Gianna Beretta Molla (1922-1962), dos nossos dias. Deu a vida por sua filha, preferindo morrer a praticar o aborto. Na sua canonização – elevação aos Altares, como Santa – ela ensina que agora é a Hora da Família. “Ela se tornou símbolo da promoção e da defesa da vida humana, afirmou o Papa João Paulo II.
Dor amor divino ela foi uma mensageira simples, mas mais significativa do que nunca. Seguindo o exemplo de Cristo, que “tendo amado os seus... amou-os até o fim” (Jô 13,1) esta santa mãe de família manteve-se heroicamente fiel ao compromisso assumido no dia do matrimônio. O sacrifício eterno que selou a sua vida dá testemunho que somente quem tem a coragem de se entregar totalmente a Deus e aos irmãos se realiza a si mesmo. Possa a nossa época descobrir de novo, através do exemplo de Gianna Beretta Molla, a beleza pura, casta e fecunda do amor conjugal, vindo como resposta ao chamamento divino!” Atitudes assim demonstram o VALOR DA FAMÍLIA.
Façamos esta Oração juntamente com o Papa João Paulo II: “Ó Maria, aurora do mundo novo, Mãe dos viventes, confiamos-Vos a causa da vida: olhai, Mãe, para o número sem fim de crianças a quem é impedido nascer, de pobres para quem se torna difícil de viver, de homens e mulheres vítimas de inumana violência, de idosos e doentes assassinados pela indiferença ou por uma presunta compaixão.
Fazei que todos aqueles que crêem no vosso Filho saibam anunciar com desassombro e amor aos homens do nosso tempo o Evangelho da vida. Alcançai-lhes a graça de o acolher como um dom sempre novo, a alegria de o celebrar com gratidão em toda a sua existência, e a coragem para o testemunhar com laboriosa tenacidade, para construírem com todos os de boa vontade, a civilização da verdade e do amor, para louvor e glória de Deus Criador e amante da vida” (João Paulo II, Evangelium vitae, 105). E saberemos todos qual é o verdadeiro VALOR DA FAMÍLIA.
* Dom Jaime Luiz Coelho é o primeiro bispo e arcebispo de Maringá
