A aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados do projeto que legaliza bingos, videobingos e videoloterias, realimenta uma discussão que já teve violentos rounds em passado recente. Em Curitiba, chegou a ocorrer manifestações de vários tipos, até passeatas, organizadas por empresários e trabalhadores do setor contra decretos do governo do Estado que fechavam os bingos.
Críticos da proposta de liberação argumentam que, apesar das restrições, o funcionamento dessas atividades pode criar brechas para outras modalidades de jogos mais “perigosas”, como os cassinos, e para crimes de lavagem de dinheiro, prostituição e tráfico de drogas. A previsão de canalização de recursos para os setores públicos carentes da saúde, cultura, esportes e segurança não compensaria; da mesma forma, no fechamento do balanço, também não os supostos ganhos com o aumento da circulação de riquezas: geração de empregos, renda e crescimento econômico e social. Se reativados, os bingos criariam pelo menos 250 mil novos empregos no país; e a arrecadação tributária do setor poderia chegar a R$ 6,5 bilhões por ano, estima-se.
Retirando o viés moralista que finca raízes na demonização e criminalização do jogo, qualquer um, são compreensíveis certas preocupações do discurso crítico. Uma das ponderações mais significativas é a que diz respeito à dificuldade de fiscalizar essas atividades. Contudo, o Brasil não pode continuar vivendo o jogo da ambigüidade entre o legal e o ilegal.
De um modo geral, o jogo é um elemento forte em todas as culturas e sociedades, fazendo ponte com a brincadeira, a diversão, o lazer; e, por esse ângulo, tem papel positivo. Atividade nenhuma estaria desprovida de algum ingrediente lúdico. Nós, brasileiros, não somos diferentes; gostamos de jogar: no mais amplo sentido e também no de anotar uma fezinha. Isso explica o sucesso do jogo do bicho, noutras épocas, e hoje o das loterias federais, estaduais e quetais.
A questão principal parece ser definir o que é legal e o que não é, não querendo dizer que o proibido é do mal. Banidos o bicho, o cassino e o bingo, quem monopoliza jogos é o próprio governo. As loterias oficiais funcionam porque são bem controladas, regulamentadas. Volta e meia, porém, uma é acusada de permitir a lavagem de dinheiro e alimentar a ilusão de enriquecimento fácil, levando os fracos para o mau caminho do vício. Sorte de quem ganha e azar de quem perde, pelo menos uma delas, a Megasena, é concentradora de renda, cria novos milionários.
Paulo César Caetano de Souza
Presidente do CRCPR
Críticos da proposta de liberação argumentam que, apesar das restrições, o funcionamento dessas atividades pode criar brechas para outras modalidades de jogos mais “perigosas”, como os cassinos, e para crimes de lavagem de dinheiro, prostituição e tráfico de drogas. A previsão de canalização de recursos para os setores públicos carentes da saúde, cultura, esportes e segurança não compensaria; da mesma forma, no fechamento do balanço, também não os supostos ganhos com o aumento da circulação de riquezas: geração de empregos, renda e crescimento econômico e social. Se reativados, os bingos criariam pelo menos 250 mil novos empregos no país; e a arrecadação tributária do setor poderia chegar a R$ 6,5 bilhões por ano, estima-se.
Retirando o viés moralista que finca raízes na demonização e criminalização do jogo, qualquer um, são compreensíveis certas preocupações do discurso crítico. Uma das ponderações mais significativas é a que diz respeito à dificuldade de fiscalizar essas atividades. Contudo, o Brasil não pode continuar vivendo o jogo da ambigüidade entre o legal e o ilegal.
De um modo geral, o jogo é um elemento forte em todas as culturas e sociedades, fazendo ponte com a brincadeira, a diversão, o lazer; e, por esse ângulo, tem papel positivo. Atividade nenhuma estaria desprovida de algum ingrediente lúdico. Nós, brasileiros, não somos diferentes; gostamos de jogar: no mais amplo sentido e também no de anotar uma fezinha. Isso explica o sucesso do jogo do bicho, noutras épocas, e hoje o das loterias federais, estaduais e quetais.
A questão principal parece ser definir o que é legal e o que não é, não querendo dizer que o proibido é do mal. Banidos o bicho, o cassino e o bingo, quem monopoliza jogos é o próprio governo. As loterias oficiais funcionam porque são bem controladas, regulamentadas. Volta e meia, porém, uma é acusada de permitir a lavagem de dinheiro e alimentar a ilusão de enriquecimento fácil, levando os fracos para o mau caminho do vício. Sorte de quem ganha e azar de quem perde, pelo menos uma delas, a Megasena, é concentradora de renda, cria novos milionários.
Paulo César Caetano de Souza
Presidente do CRCPR