Para quem gosta de ler e entrar em um mundo diferente, pode começar pela Bíblia. Na prática, não é um livro e sim uma biblioteca, composta por 73 livros, sendo que, 46 do Velho Testamento e 27 do Novo Testamento. Para poder entrar de cabeça e de alma nesta história sagrada, precisa-se de instrumentos bem práticos que norteiam a navegação, para não ancorar no fundamentalismo, porto sem futuro e fábrica de fanáticos. A Bíblia Sagrada, em primeiro lugar, é Palavra a ser vivida, mais do que interpretada do jeito e do gosto de cada um.
O Mestre Jesus deixa claro, quando estava na sinagoga pregando aos doutores da lei, e é avisado de que sua mãe e seus irmãos estavam à sua espera. Ele pergunta “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos? Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”(Lc 8,19-21). Assim, Jesus deixa claro que não tem outro caminho para ser o da sua escola. Não existe outro meio para se aproximar dele, como seu familiar, a não ser através da prática dos seus ensinamentos.
Sua Palavra é Palavra de vida e de vida eterna. Então, a Bíblia não pode ser um livro de defesa de nossos gostos pessoais, ou um livro para fundamentar nossa preguiça espiritual, nem tampouco um livro de adivinhação, ou para justificar nossos desejos e sentimentos.
Levada ao pé da letra, no seu radicalismo, como proposta para o seguimento de Jesus, a Palavra pode se tornar uma verdadeira libertação, desde que, pessoalmente, nos deixemos apaixonar por ela. Na mensagem para o dia mundial da juventude em 1996, o Papa João Paulo II dizia: “É verdade, Jesus é um amigo exigente. Ele aponta para metas grandiosas; pede-nos que saiamos de nós mesmos a fim de ir ao seu encontro, confiando-lhe toda nossa vida. “O que perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, irá salvá-la”(Mt 8,35).
A proposta pode ser difícil, em alguns casos, assustadora. Mas, eu lhes pergunto: é melhor resignar-se a uma vida sem ideais, a um mundo feito à imagem e semelhança do homem ou, ao contrário, buscar generosamente a verdade, a bondade, a justiça, trabalhando por um mundo que reflita a beleza de Deus, mesmo ao preço de enfrentar as dificuldades que isso possa envolver?”
Ao entrar no mundo da Bíblia, a primeira atitude é a de buscar ali a luz para o caminho, do dia a dia. Abrir o coração e deixar a Palavra agir em nós e por nós. Em segundo lugar, entender o texto no seu contexto; para isso, o Espírito Santo é o nosso guia. Ao mesmo tempo é preciso estudar, conhecer, ler outros livros bons, de especialista em Bíblia, pois eles nos ajudam a entender o significado original da literatura bíblica. A bíblia, ao pé da letra, pode levar ao fanatismo bobo e inútil, que só fazem dano à convivência pacífica e respeitosa do diferente. Deixar-se guiar pela Palavra vai além das interpretações sem fundamento.
O fruto destas atitudes está no vasto mercado religioso que contempla todos os gostos. Quantos pregadores, nas madrugadas pescando no estresse e insônia de tantos, os adeptos às suas doutrinas e ensinamentos que não tem outro objetivo a não o proselitismo e a segurança das ofertas em nome de Deus.
A Bíblia vivida no seu radicalismo, ao “pé da letra”, pode levar ao radicalismo do seguimento de Jesus, com todas as suas conseqüências. Com certeza, só os que sabem deixar tudo, renunciando a si mesmos, podem ser verdadeiros discípulos e discípulas de Jesus. Que a Palavra de Vida transforme e ilumine sempre o nosso ser e o nosso existir, neste mundo plural e diferente que vivemos e no qual desejamos viver em paz e harmonia, para sempre.
*Dom Anuar Battisti é Arcebispo de Maringá
O Mestre Jesus deixa claro, quando estava na sinagoga pregando aos doutores da lei, e é avisado de que sua mãe e seus irmãos estavam à sua espera. Ele pergunta “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos? Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”(Lc 8,19-21). Assim, Jesus deixa claro que não tem outro caminho para ser o da sua escola. Não existe outro meio para se aproximar dele, como seu familiar, a não ser através da prática dos seus ensinamentos.
Sua Palavra é Palavra de vida e de vida eterna. Então, a Bíblia não pode ser um livro de defesa de nossos gostos pessoais, ou um livro para fundamentar nossa preguiça espiritual, nem tampouco um livro de adivinhação, ou para justificar nossos desejos e sentimentos.
Levada ao pé da letra, no seu radicalismo, como proposta para o seguimento de Jesus, a Palavra pode se tornar uma verdadeira libertação, desde que, pessoalmente, nos deixemos apaixonar por ela. Na mensagem para o dia mundial da juventude em 1996, o Papa João Paulo II dizia: “É verdade, Jesus é um amigo exigente. Ele aponta para metas grandiosas; pede-nos que saiamos de nós mesmos a fim de ir ao seu encontro, confiando-lhe toda nossa vida. “O que perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, irá salvá-la”(Mt 8,35).
A proposta pode ser difícil, em alguns casos, assustadora. Mas, eu lhes pergunto: é melhor resignar-se a uma vida sem ideais, a um mundo feito à imagem e semelhança do homem ou, ao contrário, buscar generosamente a verdade, a bondade, a justiça, trabalhando por um mundo que reflita a beleza de Deus, mesmo ao preço de enfrentar as dificuldades que isso possa envolver?”
Ao entrar no mundo da Bíblia, a primeira atitude é a de buscar ali a luz para o caminho, do dia a dia. Abrir o coração e deixar a Palavra agir em nós e por nós. Em segundo lugar, entender o texto no seu contexto; para isso, o Espírito Santo é o nosso guia. Ao mesmo tempo é preciso estudar, conhecer, ler outros livros bons, de especialista em Bíblia, pois eles nos ajudam a entender o significado original da literatura bíblica. A bíblia, ao pé da letra, pode levar ao fanatismo bobo e inútil, que só fazem dano à convivência pacífica e respeitosa do diferente. Deixar-se guiar pela Palavra vai além das interpretações sem fundamento.
O fruto destas atitudes está no vasto mercado religioso que contempla todos os gostos. Quantos pregadores, nas madrugadas pescando no estresse e insônia de tantos, os adeptos às suas doutrinas e ensinamentos que não tem outro objetivo a não o proselitismo e a segurança das ofertas em nome de Deus.
A Bíblia vivida no seu radicalismo, ao “pé da letra”, pode levar ao radicalismo do seguimento de Jesus, com todas as suas conseqüências. Com certeza, só os que sabem deixar tudo, renunciando a si mesmos, podem ser verdadeiros discípulos e discípulas de Jesus. Que a Palavra de Vida transforme e ilumine sempre o nosso ser e o nosso existir, neste mundo plural e diferente que vivemos e no qual desejamos viver em paz e harmonia, para sempre.
*Dom Anuar Battisti é Arcebispo de Maringá