Mulheres ! Dilma
Pré-sal tempera almoço de Marta para Dilma e convidadas
Mulheres de destaque na sociedade, jornalistas, artistas, empresárias
e estudiosas conhecem a ministra da Casa Civil e ficam bem
impressionadas
A ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy, ofereceu neste sábado, dia 6
de junho, um almoço para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff, e 17 convidadas. Apresentadoras de TV, como Ana Maria Braga,
Adriane Galisteu, Luciana Gimenez, a jornalista Mônica Waldvogel,
artistas, como Maria Paula, empresárias, promotoras de arte,
filósofas, enfim, mulheres com projeção profissional e que têm
opiniões bem diferentes sobre vários assuntos foram conhecer Dilma.
Ao final do encontro, a impressão que Dilma causou, na melhor
definição da tarde, partiu de uma assumida simpatizante de uma
eventual candidatura do governador José Serra a Presidente, em 2010, a
dramaturga Leilah Assunção: “Ela é uma grande mulher. Uma pessoa séria
mesmo; não é pesada. Talvez, a gente precise disso, né?”
O que Dilma falou para agradar tanto? Um pouco de tudo, saúde,
educação, Bolsa Família, cultura, mas, principalmente, de pré-sal –
assunto que poucos entendem, mas que a ministra Dilma sabe muito e
considera chave para que o Brasil dê adeus à pobreza.
Todas ouviram, perguntaram, trocaram idéias, atentas a tudo.
Participaram muito da reunião. E o que parecia um encontro entre
pessoas tão diferentes acabou convergindo na opinião a respeito de
muitos pontos, sobretudo na defesa de um Brasil com mais qualidade de
ensino, saúde e direitos na proteção de crianças e promoção da mulher
na sociedade.
Tempero
Virou, mexeu: pré-sal. Também saiu uma conversa sobre uma eventual
candidatura da ministra da Casa Civil a Presidente, no ano que vem. A
isto Dilma foi enfática. Dentro –para as convidadas– e fora da casa de
Marta –para os jornalistas– descartou hipóteses: “não falo sobre isto
nem amarrada”, brincou.
Do pré-sal? Falou. E muito. Mas, o que é isto? A chamada camada
pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre
os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar,
e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos).
O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7
mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos,
conservam a qualidade do petróleo.
No Brasil, vários campos e poços de petróleo já foram descobertos no
pré-sal, entre eles o de Tupi, na bacia de Santos, o principal.
O que a ministra disse de tão importante sobre o pré-sal? Dilma
explicou que o governo do Presidente Lula trabalha para deixar
estabelecido o marco regulatório, ou seja, as regras para que o
dinheiro que o Brasil tem a ganhar com o petróleo seja em parte
aplicado em um fundo para que ele reverta em favor de políticas que a
sociedade brasileira entenda serem fundamentais para o crescimento
econômico, combate à desigualdade e melhores condições de vida para
todos.
“Este é o grande debate que temos de ter na sociedade brasileira.
Vamos usar esse dinheiro para antecipar o combate a pobreza? Para
melhorar a educação neste país? É uma riqueza volumosa. Temos de
discutir isso hoje, pois é o que vai garantir amanhã que o conjunto da
população seja beneficiado. Faremos isso o mais rápido possível”,
explicou aos jornalistas, a ministra Dilma, no final do encontro.
A anfitriã, Marta Suplicy, comentou que o encontro com Dilma rendeu
muito porque “o grupo era muito heterogêneo e conseguiu trazer
assuntos diferenciados”. Não havia pauta nem assunto proibido. A
proposta do almoço era possibilitar que mulheres de representatividade
pudessem “trocar idéias sobre o Brasil”. O resultado do bate-papo,
cada uma comentou a seu modo, na saída da casa de Marta.
Pouco antes de receber a ministra, a anfitriã Marta justificou o
motivo do almoço. “A idéia foi reunir mulheres com representatividade
em diversos setores, para que pudessem conhecer pessoalmente a Dilma,
trocar idéias, idéias do Brasil, sobre tudo e qualquer coisa.
Propiciar que mulheres formadoras de opinião pudessem ter uma conversa
informal de algumas horas com a ministra. Não sei o que vão querer
saber ou conversar. Não sei.”
A ministra Dilma Rousseff, por sua vez, na chegada para o almoço na
casa de Marta falou de sua expectativa. “São todas mulheres especiais.
Simbolizam mulheres profissionais. Mulheres que nas mais diferentes
áreas são bem-sucedidas. Então, é um momento muito importante. Eu acho
muito significativo para mim e acho que essa iniciativa da Marta foi
uma iniciativa que permite contato mais próximo com pessoas que têm
algo a dizer. É, sobretudo, um encontro de diálogo, de conversas.
Conversa que nós temos essa imensa capacidade de fazer, ao mesmo tempo
íntima e ao mesmo tempo que aborda os diversos aspectos da vida, da
sociedade, os problemas do país. Eu acho que hoje nós teremos, a
partir da 1 hora, um encontro muito importante".
Sobre ser candidata a Presidente em 2010, a ministra disse que acha
normal que muitas delas pensem nesse assunto. "Agora, não é só isso.
Acho que é uma conversa entre pessoas, que são mulheres, que têm
projetos, perspectivas, capacidade de sonhar e pensar o Brasil.”
Sobre a PEC do terceiro mandato, a ministra disse concordar com o
presidente Lula. "O presidente considera que a democracia brasileira é
algo ainda incipiente, frágil. Daí, então, o Presidente defende que o
mandato dele acaba em 31 do 12. Mas, não temos como impedir que as
pessoas tomem iniciativas. Afinal de contas, vivemos em uma
democracia. Apesar das reiteradas negativas, o que a gente pode fazer.
Olhamos e esperamos para que em um determinado momento entendam que
não é esse o projeto do governo. O governo pode continuar sem ser
terceiro mandato.”
Terceiro mandato é Dilma? “Eu entendo que digam isto. É uma colocação
política. Estão dizendo que não tem terceiro mandato para uma mesma
pessoa, tem terceiro mandato para um mesmo projeto. É diferente. Eu
pretendo voltar muitas vezes aqui para São Paulo não só para essa
conversa que a Marta está me propiciando, mas também para dialogar com
a militância do PT, com os movimentos sociais. O Estado de São Paulo
tem no cenário nacional uma importância muito grande, não só do ponto
de vista econômico, que é o que todo mundo diz. Eu acho que são Paulo
tem um outro papel. Tem um grande papel cultural e tem um grande papel
nos rumos do futuro. Quando você pensa nos rumos do país, você tem de
olhar para São Paulo. Aqui surgem atividades bastante modernas que são
e que trazem consigo as perspectivas do futuro. É lógico que o Brasil
é São Paulo e todos os outros 26 estados da federação, mas sem dúvida
São Paulo integra nessa constelação tem um papel importante”
Perguntaram ainda sobre Marta Suplicy ocupar um eventual ministério no
futuro, depois de ter sido ministra do Turismo no governo Lula. “Eu
acho que ela tem todas as qualidades para fazer parte de qualquer
ministério de governos petistas e governos progressistas no Brasil.
Agora, como eu disse, nós não estamos discutindo a questão nem de
candidatura, muito menos de ministério”
Dilma falou sobre disputar sua primeira eleição como presidnete da Rep
ública. “De fato, eu nunca concorri a nenhum cargo eletivo. A minha
atividade se circunscreveu mais ao Executivo e a minha experiência
maior foi em atividades ligadas diretamente ao Poder Executivo. Fui
secretária de Fazenda municipal, depois secretária de Energia e
Comunicação no Rio Grande do Sul, depois ministra de Minas e Energia e
agora ministra-chefe da Casa Civil. Eu acho que passar pelo crivo do
eleitor é algo muito importante. Nunca tive a oportunidade, mas eu não
me nego a isso. É algo que qualquer pessoa que atua na política e tem
compromisso com o Brasil tem de se submeter”
Leia sobre a repercussão do encontro com Dilma, depois do almoço:
Marta Suplicy:
"Era um grupo muito heterogêneo que conseguiu trazer muitos assuntos
diferenciados e todos prestaram atenção. Fizeram muitas perguntas."
Viviane Senna, diretora do Instituto Ayrton Senna:
Ela (Viviane) questionou Dilma sobre assuntos ligados à educação. "Foi
uma conversa franca e objetiva e informal. Conversamos sobre assuntos
ligados à educação e ela falou do esforço do governo para enfrentar o
problema. Ela falou como membro do governo e não como candidata",
disse.
Luciana Villas Boas, editora da Record:
"Falamos muito, de política, educação, saúde, PAC, Petrobras. Teve
também muito papo que é conversa de mulher. Filho, marido, tudo. Essas
coisas. Eu perguntei sobre educação. Comentei que houve um salto muito
grande na indústria editorial."
Hortência, atleta, ex-jogadora de basquete:
"É sempre bom você ouvir, saber. Eu gosto de falar com gente
inteligente. A gente aprende muito. É muito boa candidata porque é
mulher forte. E nós precisamos ter mulheres fortes na política."
Maria Helena Diniz, Presidente da Comissão da Mulher da OAB/SP:
"Achei inédita a possibilidade de dividir espaço com mulheres dos mais
diferentes nichos. Cada uma falando a sua linguagem. A todas, Dilma
respondeu com muita clareza. É uma mulher muito bem preparada. Tem
projetos interessantes na nossa área. Acho que ela convenceu a maioria
ali. Houve incentivos de algumas, pedindo para ela se candidatar. Ela
encara bem a conversa. Mas não abriu. Respondeu as questões levantadas
e demonstrou muito conhecimento em cada área. Eu fiz um pedido para
ela. Eu cuido, na OAB, da violência doméstica. Então, como temos
poucas delegacias da mulher, pedi que ela colocasse um projeto que
preparasse mais o delegado, aquele pessoal de porta de entrada no
atendimento à mulher vítima de violência, em vez de construir novas
delegacias da mulher. Ter nas delegacias um espaço próprio para o
atendimento à mulher vítima de violência, sempre acompanhada de
advogada, psicólogo para que saiam da delegacia com maior amparo. Ela
adorou a idéia e eu espero que ela não esqueça."
Leilah Assunção, dramaturga:
“Eu sou simpatizante do Serra. Agora, eu acho que a gente nunca pode
se fechar a coisas novas e a mudar de opinião. Ainda não mudei porque
é muito cedo, né? Mas ela é uma grande mulher.” Sobre o encontro:
“achei interessante –os temas conversados– e bem representativas as
mulheres que vieram –elas têm colunas em jornais, televisão– e o
resultado foi muito bom. Ela é uma pessoa séria mesmo. Não é pesada,
não. Mas é séria. Talvez a gente precise disso, né? Não sei."
Perguntada se contaria ao governador Serra como foi o encontro, disse:
“se eu tiver a oportunidade, mas não sou íntima dele”.
Mônica Waldvogel, apresentadora de TV:
"No começo ela falou sobre vários temas de interesse das pessoas que
estavam lá. Umas quiseram falar sobre educação, outras sobre questões
culturais. Ela falou muito sobre pré-sal e esse marco (regulatório) e
o que isto significa para o desenvolvimento brasileiro. A Luciana
Villas Boas e a Viviane Senna queriam muito falar sobre educação e
sistemas de avaliação, formação de professores, a idéia de estimular a
leitura. A Marilena Chauí queria detalhes do pré-sal. A conversa foi
sobre os temas gerais de governo."
Ana Maria Braga, apresentadora de TV:
“Nossa! Tinha um cuzcuz que vocês não fazem idéia: uma delícia –
referindo-se ao cardápio do almoço, montado por Marta: cuscuz de
camarão, picadinho com batata palha, saladas. “Falamos de tudo. Ela é
uma mulher muito inteligente, muito interessante. Falamos de saúde, de
educação, da vida. Ela é ótima!” Perguntada se teria dado algum
conselho à ministra Dilma, respondeu: “quem sou eu?”
Adriane Galisteu, apresentadora de TV:
Comentou que também gostou do cuzcuz e chegou a pedir a receita na
cozinha. Sobre o encontro com ministra Dilma, falou: “A iniciativa da
Marta, acima de qualquer coisa, foi para que a gente conhecesse melhor
a Dilma. Tudo o que a gente tem de contato com a Dilma é através do
que vocês trazem para a gente –dirigindo-se aos jornalistas. Nada como
falar, olhar nos olhos e perguntar. Ela foi questionada sobre
Petrobras. Eu questionei coisas de teatro, meia-entrada. Enfim, não
vivo de teatro, mas faço teatro. Sou muito amiga de quem vive de
teatro, caso de Bibi Ferreira, Juca de Oliveira. Falamos de televisão,
de educação, de livros. Acho que foi muito importante esse almoço para
que a gente se aproximasse dela. Eu trouxe para ela um recado especial
da minha mãe. Minha mãe falou: - Adriane, fala uma coisa para a Dilma:
‘- Eu passei a prestar muita atenção nela, depois que ela assumiu a
doença dela e a maneira como ela encarou a doença dela publicamente.’
Acho que esse é um recado da minha mãe, mas que representa muita gente
que não tem muito ouvidos para política e que não acredita muito em
ninguém e pensa que todo mundo mente muito. O fato de ela ter
assumido, da forma como ela assumiu foi muito importante, como mulher.
Ela amou ouvir. Ficou super emocionada. A Ana (Ana Maria Braga) estava
do lado. Acho que a Ana é uma mulher que também conseguiu mostrar e
destruir esse monstro que é essa doença que aterroriza qualquer
pessoa, mulher, homem, criança. As duas estavam juntas nesse momento.
Elas se emocionaram muito. Mas eu falei um recado que dona Ilma pediu.
Pedi para ela ir ao programa. Gostaria muito que ela fosse. Conversei
com a Marta sobre isso e acho que ela vai. Nas próximas semanas,
teremos, então, Dilma ao vivo no programa.”
Patrícia Zaidan, jornalista – Revista Claudia (Abril):
“Perguntei a ela (ministra Dilma) quanto tempo mais o Brasil
precisaria recorrer ao Bolsa Família e sobre o pré-sal. Ela havia
explicado o quanto iria representar para a economia e eu perguntei de
que forma se endereçaria para a saúde, a educação porque a gente não
tem uma legislação permitindo isto. Então, ela (Dilma) disse que ainda
no segundo semestre o governo vai mandar para o Congresso um projeto
de lei para alterar a legislação para que seja possível. Dos
benefícios do pré-sal, ela destacou o quanto isto vai significar em
termos de independência não só do produto, especificamente falando,
mas quanto dinheiro poderá trazer. Ela disse que o projeto de lei –que
informou a todas– tem de ser muito bem olhado porque não é só para
este momento, mas para o histórico do pré-sal. Não é uma lei para
fazer de vapt-vupt, mas um projeto pra chegar no segundo semestre no
Congresso. Do Bolsa Família, ela disse que, no ritmo que o crescimento
do país vinha ocorrendo, se esperava que o Brasil independesse do
Bolsa Família muito rapidamente, mas que a surpresa da crise econômica
no final do ano atrasou os projetos. O Brasil precisa voltar a crescer
aquilo que estava crescendo até setembro, para poder ver essa
questão.”
Sobre candidatura a Presidente, Patrícia Zaidan disse que “muitas
mulheres falaram que era hora de ter uma mulher na Presidência porque
a gente é quase 52% do eleitorado. A primeira pergunta que fiz foi
essa: - Se ela estava inaugurando uma nova era no país porque era a
primeira vez que a tinha uma candidata com condição de vitória. E
disse que, em geral, o empresário não põe dinheiro em campanha de
mulher porque acha que mulher não se elege. Isso a gente vê no
interior. Ela parou, pensou, pensou, pensou e disse: - ‘Eu não sou
candidata. O partido vai ter que decidir isso na convenção’”. Patrícia
foi perguntada sobre o que Marta teria dito a respeito da dificuldade
no financiamento de campanha de mulheres.“Ela disse que é uma
realidade no Brasil. Mas, Dilma não mordeu (a isca - para comentar o
assunto)”.
Maria Luiza, jornalista, Revista Marie Claire (Globo):
"Gostei (do encontro). Achei que era um balaio de gato. Poderia dar
errado, mas houve interação e funcionou bem."
Luciana Gimenez, apresentadora de TV:
"Foi muito, muito bom! Cuzcuz, salada... Muito gostosa (a comida). Eu
achei a Dilma fantástica, incrível. A gente é suspeita porque, sendo
mulher, achamos que há uma sensibilidade maior. Conversa super
sensível. Gostei bastante dela. Consegui expor algumas coisas que
achava importante. Falamos algumas coisas sobre animais, lei de
imprensa, criança, aquelas coisa que eu estou sempre falando. Então,
achei interessante a conversa. A Adriane (Galisteu) convidou – para o
programa dela – e eu nem fiz discurso, disse ‘estou como ela, na
cola”. Falei de um problema sério que é a integração de banco de dados
da Polícia. Se você quer levantar informações sobre ficha policial, só
vai saber o que tem aqui em São Paulo , não saberá de outros estados.
É preciso integrar. Rápido. Ela comentou que é um problema sério, mas
que tem projeto para isso. Falei que o direito à privacidade de
crianças deveria ser igual. Se meu filho sair do carro, agora, todo
mundo vai tirar foto dele. Se fosse o Champinha –citando um caso de
menor infrator–, não poderia aparecer. Acho que a regra deveria ser
para todos. É desleal –ter diferenças no tratamento.”
Eleonora Rosset, psicanalista:
“O almoço foi uma oportunidade de ouro para os dois lados se
conhecerem. Quem não conhecia a Dilma e esteve neste almoço ficou
conhecendo intimamente. Ela falou de assuntos importantes, nacionais,
de cultura, de educação. Acho que todas que estiveram aqui fizeram as
perguntas que quiseram e saíram entusiasmadas com a Dilma. Ela não é
uma candidata oficial, mas, se for, todas –tanto pessoal da educação,
como da cultura, da universidade– gostamos muito do que ouvimos hoje.
Ela falou que somos um país rico. E nos disse o que podemos esperar
para as próximas gerações. No final, conversamos amenidades. Ela é uma
pessoa que tem uma característica muito doce. Escuta muito e a gente
não achou ela diferente, achou que ela é uma mulher como nós. Muito
gostoso o papo. Falamos de igual para igual.”
Maria Paula
”Achei excelente. Uma ótima oportunidade de ver a mulher de fibra que
é a Dilma é. Fiquei muito bem impressionada, uma mulher muito
corajosa, neste momento que está passando. É uma mulher muito
inteligente, que sabe muito do que está falando e do que está fazendo.
Foi bem impactante, para a gente, ter contato tão direto com essa
pessoa tão preparada, como é a Dilma. Estou feliz. Havia mulheres de
segmentos diferentes, pessoas que formam opinião, cada uma muito
diferente da outra, mas eu senti, pela harmonia lá dentro, que todo
mundo entrou muito na sintonia dela. Ela conseguiu harmonizar idéias
diferentes. Ela é uma mulher muito, segura, direta e competente. Ela
falou bastante de educação e do que o pré-sal pode representar no
nosso país, em curto e médio prazos. Foi muito esperançosa. Achei que
a gente tem um futuro favorável pela frente. Como mãe de um bebê
pequeno me deu um conforto ver a possibilidade de um Brasil melhor.
Dilma Roussef, comentando suas impressões do almoço:
“Foi muito agradável. Uma conversa com muita diversidade. As mulheres
que compareceram aqui, todas elas, são lutadoras. Mulheres vitoriosas
e que têm uma experiência de vida para compartilhar muito grande. Cada
uma, do seu ponto de vista, deu sua contribuição. Foi uma conversa
leve, agradável, que fluiu. A Marta fez, de fato, um almoço muito
gostoso. O ambiente era muito agradável. Foi muito bom, hoje à tarde.”
Sobre ser candidata, a ministra Dilma Rousseff comentou que foi
questionada: “Elas perguntaram e tiveram a mesma reação de vocês
–jornalistas–, quando respondi: - Nem amarrada...(riram)”.
Sobre pré-sal e o futuro do Brasil
“Falamos de pré-sal, marco regulatório do tema. E expliquei que não é
uma riqueza para a gente transformar só em petróleo, mas em educação,
antecipar o combate à pobreza. Vamos acabar com a pobreza no Brasil. O
pré-sal pode antecipar esse fim da dívida que temos com uma parte da
população brasileira. Conversamos sobre saúde. A questão de a nova
classe média não ter comprado apenas carro, computador, celular ou
casa, mas também mais livros –um ponto abordado por Luciana Villas
Boas (da Editora Record). Quando você melhora as condições de vida das
pessoas, você melhora a demanda. Passa a ter demanda por
entretenimento, por cultura. Literatura, cultura brasileira é muito
rica. Foi uma conversa diversificada. A questão da criança, da
violência. As mulheres estão antenadas e se preocupam com todos os
aspectos da vida e da sociedade. Falamos muito sobre mulher. Da
violência doméstica. Como tornar mais efetiva a Lei Maria da Penha,
que penaliza o agressor. Outro ponto, interessante, como a cultura
pode incluir. Houve diálogo e sugestões... "
Sobre Bolsa Família
Disse que Bolsa Família implica revolução nas questões familiares. A
mulher passa a ter importância central. É a mulher que recebe –o
benefício– porque é ela que cuida da família. Vínhamos num processo em
que aceleraríamos a redução do Bolsa Família, se nós não tivéssemos
tido esse interregno agora que estamos da crise internacional, que
afetou o Brasil. Acho que o Brasil retoma a tendência de diminuir
recurso para o Bolsa Família quando o crescimento retornar, de forma
sustentável, e as pessoas forem sendo incorporadas a trabalhos. Mas,
até lá, tem de ser mantido porque não é só uma rede de proteção
social. É uma forma, também, pela qual se reconhece que não se pode
adiar para daqui a um ano, dois, ou cinco, as pessoas terem direitos
fundamentais garantidos. A família precisa ter uma renda mínima,
decente, para poder se alimentar. O Bolsa Família, no governo Lula, é
um eixo dos programas sociais e articula outras políticas, como o Mais
Alimentos, toda a questão da agricultura familiar, os Territórios da
Cidadania.
Luz para Todos – comentário aos jornalistas, na entrevista após o almoço.
Estamos chegando ao fim de uma exclusão, a da luz elétrica. Três
estados do Brasil atingiram a meta de 2004 – do Luz para Todos. Tenho
uma consideração especial pelo Luz para Todos porque era ministra das
Minas e Energia, quando o programa foi lançado. Os ministros Silas e
Lobão levaram adiante. Isto é importante para a questão de as pessoas
saírem do Bolsa Família. Como é que o pescador vai resfriar o peixe,
poder congelar? Como resfriar o leite? Fazer a farinha de mandioca,
sem eletricidade, ou qualquer atividade, sem eletricidade?
Pré-sal
O pré-sal é promessa no governo Lula porque é preciso deixar marcos
para que ocorra. Para que parte do que nos cabe da renda petrolífera
fique conosco, com a nação brasileira, com o povo brasileiro. O que
nós vamos deixar é um marco, dizendo o seguinte: os recursos do
pré-sal não vêm só de royalties, nós vamos dividir quando o petróleo
sai. Quando sai da boca do poço passa a valer US$ 88. Abaixo da boca
do poço só paga de US$ 5 a US$ 15. Então, o que queremos é o acesso a
esse diferencial. É daí que poderemos ter um fundo. E vamos usar para
o quê? Este é o grande debate que temos de ter na sociedade
brasileira. Vamos usar esse dinheiro para antecipar o combate a
pobreza? Para melhorar a educação neste país? É uma riqueza volumosa.
Temos de discutir isso hoje, pois é o que vai garantir amanhã que o
conjunto da população seja beneficiado. Faremos isso o mais rápido
possível”, explicou aos jornalistas, a ministra Dilma, no final do
encontro.
Sobre o terceiro mandato
O presidente tem a convicção de que a democracia brasileira precisa de
renovação sistemática. As declarações do presidente são
autodefinidoras: da posição dele e da posição do governo.
Convidadas
Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff
Adriane Galisteu, Apresentadora (BAND)
Ana Maria Braga, Apresentadora (Globo)
Eleonora Rosset, Psicanalista
Helena Maria Diniz, Presid. OAB Mulher /SP
Hortência, Atleta
Leilah Assumpção, Dramaturga
Luciana Gimenez, Apresentadora (RedeTV)
Luciana Villas Boas, Editora Record
Maria Laura, Revista Marie Claire
Maria Paula, Casseta e Planeta
Marilena Chauí, Filósofa USP
Marta Góes, Dramaturga
Mônica Waldvogel, Jornalista e apresentadora
Monique Gardenberg, Produtora de eventos
Patrícia Zaidan, Revista Cláudia (Abril)
Viviane Senna, Instituto Airton Senna
Walnice Galvão, Escritora e professora de Literatura
Pré-sal tempera almoço de Marta para Dilma e convidadas
Mulheres de destaque na sociedade, jornalistas, artistas, empresárias
e estudiosas conhecem a ministra da Casa Civil e ficam bem
impressionadas
A ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy, ofereceu neste sábado, dia 6
de junho, um almoço para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff, e 17 convidadas. Apresentadoras de TV, como Ana Maria Braga,
Adriane Galisteu, Luciana Gimenez, a jornalista Mônica Waldvogel,
artistas, como Maria Paula, empresárias, promotoras de arte,
filósofas, enfim, mulheres com projeção profissional e que têm
opiniões bem diferentes sobre vários assuntos foram conhecer Dilma.
Ao final do encontro, a impressão que Dilma causou, na melhor
definição da tarde, partiu de uma assumida simpatizante de uma
eventual candidatura do governador José Serra a Presidente, em 2010, a
dramaturga Leilah Assunção: “Ela é uma grande mulher. Uma pessoa séria
mesmo; não é pesada. Talvez, a gente precise disso, né?”
O que Dilma falou para agradar tanto? Um pouco de tudo, saúde,
educação, Bolsa Família, cultura, mas, principalmente, de pré-sal –
assunto que poucos entendem, mas que a ministra Dilma sabe muito e
considera chave para que o Brasil dê adeus à pobreza.
Todas ouviram, perguntaram, trocaram idéias, atentas a tudo.
Participaram muito da reunião. E o que parecia um encontro entre
pessoas tão diferentes acabou convergindo na opinião a respeito de
muitos pontos, sobretudo na defesa de um Brasil com mais qualidade de
ensino, saúde e direitos na proteção de crianças e promoção da mulher
na sociedade.
Tempero
Virou, mexeu: pré-sal. Também saiu uma conversa sobre uma eventual
candidatura da ministra da Casa Civil a Presidente, no ano que vem. A
isto Dilma foi enfática. Dentro –para as convidadas– e fora da casa de
Marta –para os jornalistas– descartou hipóteses: “não falo sobre isto
nem amarrada”, brincou.
Do pré-sal? Falou. E muito. Mas, o que é isto? A chamada camada
pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre
os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar,
e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos).
O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7
mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos,
conservam a qualidade do petróleo.
No Brasil, vários campos e poços de petróleo já foram descobertos no
pré-sal, entre eles o de Tupi, na bacia de Santos, o principal.
O que a ministra disse de tão importante sobre o pré-sal? Dilma
explicou que o governo do Presidente Lula trabalha para deixar
estabelecido o marco regulatório, ou seja, as regras para que o
dinheiro que o Brasil tem a ganhar com o petróleo seja em parte
aplicado em um fundo para que ele reverta em favor de políticas que a
sociedade brasileira entenda serem fundamentais para o crescimento
econômico, combate à desigualdade e melhores condições de vida para
todos.
“Este é o grande debate que temos de ter na sociedade brasileira.
Vamos usar esse dinheiro para antecipar o combate a pobreza? Para
melhorar a educação neste país? É uma riqueza volumosa. Temos de
discutir isso hoje, pois é o que vai garantir amanhã que o conjunto da
população seja beneficiado. Faremos isso o mais rápido possível”,
explicou aos jornalistas, a ministra Dilma, no final do encontro.
A anfitriã, Marta Suplicy, comentou que o encontro com Dilma rendeu
muito porque “o grupo era muito heterogêneo e conseguiu trazer
assuntos diferenciados”. Não havia pauta nem assunto proibido. A
proposta do almoço era possibilitar que mulheres de representatividade
pudessem “trocar idéias sobre o Brasil”. O resultado do bate-papo,
cada uma comentou a seu modo, na saída da casa de Marta.
Pouco antes de receber a ministra, a anfitriã Marta justificou o
motivo do almoço. “A idéia foi reunir mulheres com representatividade
em diversos setores, para que pudessem conhecer pessoalmente a Dilma,
trocar idéias, idéias do Brasil, sobre tudo e qualquer coisa.
Propiciar que mulheres formadoras de opinião pudessem ter uma conversa
informal de algumas horas com a ministra. Não sei o que vão querer
saber ou conversar. Não sei.”
A ministra Dilma Rousseff, por sua vez, na chegada para o almoço na
casa de Marta falou de sua expectativa. “São todas mulheres especiais.
Simbolizam mulheres profissionais. Mulheres que nas mais diferentes
áreas são bem-sucedidas. Então, é um momento muito importante. Eu acho
muito significativo para mim e acho que essa iniciativa da Marta foi
uma iniciativa que permite contato mais próximo com pessoas que têm
algo a dizer. É, sobretudo, um encontro de diálogo, de conversas.
Conversa que nós temos essa imensa capacidade de fazer, ao mesmo tempo
íntima e ao mesmo tempo que aborda os diversos aspectos da vida, da
sociedade, os problemas do país. Eu acho que hoje nós teremos, a
partir da 1 hora, um encontro muito importante".
Sobre ser candidata a Presidente em 2010, a ministra disse que acha
normal que muitas delas pensem nesse assunto. "Agora, não é só isso.
Acho que é uma conversa entre pessoas, que são mulheres, que têm
projetos, perspectivas, capacidade de sonhar e pensar o Brasil.”
Sobre a PEC do terceiro mandato, a ministra disse concordar com o
presidente Lula. "O presidente considera que a democracia brasileira é
algo ainda incipiente, frágil. Daí, então, o Presidente defende que o
mandato dele acaba em 31 do 12. Mas, não temos como impedir que as
pessoas tomem iniciativas. Afinal de contas, vivemos em uma
democracia. Apesar das reiteradas negativas, o que a gente pode fazer.
Olhamos e esperamos para que em um determinado momento entendam que
não é esse o projeto do governo. O governo pode continuar sem ser
terceiro mandato.”
Terceiro mandato é Dilma? “Eu entendo que digam isto. É uma colocação
política. Estão dizendo que não tem terceiro mandato para uma mesma
pessoa, tem terceiro mandato para um mesmo projeto. É diferente. Eu
pretendo voltar muitas vezes aqui para São Paulo não só para essa
conversa que a Marta está me propiciando, mas também para dialogar com
a militância do PT, com os movimentos sociais. O Estado de São Paulo
tem no cenário nacional uma importância muito grande, não só do ponto
de vista econômico, que é o que todo mundo diz. Eu acho que são Paulo
tem um outro papel. Tem um grande papel cultural e tem um grande papel
nos rumos do futuro. Quando você pensa nos rumos do país, você tem de
olhar para São Paulo. Aqui surgem atividades bastante modernas que são
e que trazem consigo as perspectivas do futuro. É lógico que o Brasil
é São Paulo e todos os outros 26 estados da federação, mas sem dúvida
São Paulo integra nessa constelação tem um papel importante”
Perguntaram ainda sobre Marta Suplicy ocupar um eventual ministério no
futuro, depois de ter sido ministra do Turismo no governo Lula. “Eu
acho que ela tem todas as qualidades para fazer parte de qualquer
ministério de governos petistas e governos progressistas no Brasil.
Agora, como eu disse, nós não estamos discutindo a questão nem de
candidatura, muito menos de ministério”
Dilma falou sobre disputar sua primeira eleição como presidnete da Rep
ública. “De fato, eu nunca concorri a nenhum cargo eletivo. A minha
atividade se circunscreveu mais ao Executivo e a minha experiência
maior foi em atividades ligadas diretamente ao Poder Executivo. Fui
secretária de Fazenda municipal, depois secretária de Energia e
Comunicação no Rio Grande do Sul, depois ministra de Minas e Energia e
agora ministra-chefe da Casa Civil. Eu acho que passar pelo crivo do
eleitor é algo muito importante. Nunca tive a oportunidade, mas eu não
me nego a isso. É algo que qualquer pessoa que atua na política e tem
compromisso com o Brasil tem de se submeter”
Leia sobre a repercussão do encontro com Dilma, depois do almoço:
Marta Suplicy:
"Era um grupo muito heterogêneo que conseguiu trazer muitos assuntos
diferenciados e todos prestaram atenção. Fizeram muitas perguntas."
Viviane Senna, diretora do Instituto Ayrton Senna:
Ela (Viviane) questionou Dilma sobre assuntos ligados à educação. "Foi
uma conversa franca e objetiva e informal. Conversamos sobre assuntos
ligados à educação e ela falou do esforço do governo para enfrentar o
problema. Ela falou como membro do governo e não como candidata",
disse.
Luciana Villas Boas, editora da Record:
"Falamos muito, de política, educação, saúde, PAC, Petrobras. Teve
também muito papo que é conversa de mulher. Filho, marido, tudo. Essas
coisas. Eu perguntei sobre educação. Comentei que houve um salto muito
grande na indústria editorial."
Hortência, atleta, ex-jogadora de basquete:
"É sempre bom você ouvir, saber. Eu gosto de falar com gente
inteligente. A gente aprende muito. É muito boa candidata porque é
mulher forte. E nós precisamos ter mulheres fortes na política."
Maria Helena Diniz, Presidente da Comissão da Mulher da OAB/SP:
"Achei inédita a possibilidade de dividir espaço com mulheres dos mais
diferentes nichos. Cada uma falando a sua linguagem. A todas, Dilma
respondeu com muita clareza. É uma mulher muito bem preparada. Tem
projetos interessantes na nossa área. Acho que ela convenceu a maioria
ali. Houve incentivos de algumas, pedindo para ela se candidatar. Ela
encara bem a conversa. Mas não abriu. Respondeu as questões levantadas
e demonstrou muito conhecimento em cada área. Eu fiz um pedido para
ela. Eu cuido, na OAB, da violência doméstica. Então, como temos
poucas delegacias da mulher, pedi que ela colocasse um projeto que
preparasse mais o delegado, aquele pessoal de porta de entrada no
atendimento à mulher vítima de violência, em vez de construir novas
delegacias da mulher. Ter nas delegacias um espaço próprio para o
atendimento à mulher vítima de violência, sempre acompanhada de
advogada, psicólogo para que saiam da delegacia com maior amparo. Ela
adorou a idéia e eu espero que ela não esqueça."
Leilah Assunção, dramaturga:
“Eu sou simpatizante do Serra. Agora, eu acho que a gente nunca pode
se fechar a coisas novas e a mudar de opinião. Ainda não mudei porque
é muito cedo, né? Mas ela é uma grande mulher.” Sobre o encontro:
“achei interessante –os temas conversados– e bem representativas as
mulheres que vieram –elas têm colunas em jornais, televisão– e o
resultado foi muito bom. Ela é uma pessoa séria mesmo. Não é pesada,
não. Mas é séria. Talvez a gente precise disso, né? Não sei."
Perguntada se contaria ao governador Serra como foi o encontro, disse:
“se eu tiver a oportunidade, mas não sou íntima dele”.
Mônica Waldvogel, apresentadora de TV:
"No começo ela falou sobre vários temas de interesse das pessoas que
estavam lá. Umas quiseram falar sobre educação, outras sobre questões
culturais. Ela falou muito sobre pré-sal e esse marco (regulatório) e
o que isto significa para o desenvolvimento brasileiro. A Luciana
Villas Boas e a Viviane Senna queriam muito falar sobre educação e
sistemas de avaliação, formação de professores, a idéia de estimular a
leitura. A Marilena Chauí queria detalhes do pré-sal. A conversa foi
sobre os temas gerais de governo."
Ana Maria Braga, apresentadora de TV:
“Nossa! Tinha um cuzcuz que vocês não fazem idéia: uma delícia –
referindo-se ao cardápio do almoço, montado por Marta: cuscuz de
camarão, picadinho com batata palha, saladas. “Falamos de tudo. Ela é
uma mulher muito inteligente, muito interessante. Falamos de saúde, de
educação, da vida. Ela é ótima!” Perguntada se teria dado algum
conselho à ministra Dilma, respondeu: “quem sou eu?”
Adriane Galisteu, apresentadora de TV:
Comentou que também gostou do cuzcuz e chegou a pedir a receita na
cozinha. Sobre o encontro com ministra Dilma, falou: “A iniciativa da
Marta, acima de qualquer coisa, foi para que a gente conhecesse melhor
a Dilma. Tudo o que a gente tem de contato com a Dilma é através do
que vocês trazem para a gente –dirigindo-se aos jornalistas. Nada como
falar, olhar nos olhos e perguntar. Ela foi questionada sobre
Petrobras. Eu questionei coisas de teatro, meia-entrada. Enfim, não
vivo de teatro, mas faço teatro. Sou muito amiga de quem vive de
teatro, caso de Bibi Ferreira, Juca de Oliveira. Falamos de televisão,
de educação, de livros. Acho que foi muito importante esse almoço para
que a gente se aproximasse dela. Eu trouxe para ela um recado especial
da minha mãe. Minha mãe falou: - Adriane, fala uma coisa para a Dilma:
‘- Eu passei a prestar muita atenção nela, depois que ela assumiu a
doença dela e a maneira como ela encarou a doença dela publicamente.’
Acho que esse é um recado da minha mãe, mas que representa muita gente
que não tem muito ouvidos para política e que não acredita muito em
ninguém e pensa que todo mundo mente muito. O fato de ela ter
assumido, da forma como ela assumiu foi muito importante, como mulher.
Ela amou ouvir. Ficou super emocionada. A Ana (Ana Maria Braga) estava
do lado. Acho que a Ana é uma mulher que também conseguiu mostrar e
destruir esse monstro que é essa doença que aterroriza qualquer
pessoa, mulher, homem, criança. As duas estavam juntas nesse momento.
Elas se emocionaram muito. Mas eu falei um recado que dona Ilma pediu.
Pedi para ela ir ao programa. Gostaria muito que ela fosse. Conversei
com a Marta sobre isso e acho que ela vai. Nas próximas semanas,
teremos, então, Dilma ao vivo no programa.”
Patrícia Zaidan, jornalista – Revista Claudia (Abril):
“Perguntei a ela (ministra Dilma) quanto tempo mais o Brasil
precisaria recorrer ao Bolsa Família e sobre o pré-sal. Ela havia
explicado o quanto iria representar para a economia e eu perguntei de
que forma se endereçaria para a saúde, a educação porque a gente não
tem uma legislação permitindo isto. Então, ela (Dilma) disse que ainda
no segundo semestre o governo vai mandar para o Congresso um projeto
de lei para alterar a legislação para que seja possível. Dos
benefícios do pré-sal, ela destacou o quanto isto vai significar em
termos de independência não só do produto, especificamente falando,
mas quanto dinheiro poderá trazer. Ela disse que o projeto de lei –que
informou a todas– tem de ser muito bem olhado porque não é só para
este momento, mas para o histórico do pré-sal. Não é uma lei para
fazer de vapt-vupt, mas um projeto pra chegar no segundo semestre no
Congresso. Do Bolsa Família, ela disse que, no ritmo que o crescimento
do país vinha ocorrendo, se esperava que o Brasil independesse do
Bolsa Família muito rapidamente, mas que a surpresa da crise econômica
no final do ano atrasou os projetos. O Brasil precisa voltar a crescer
aquilo que estava crescendo até setembro, para poder ver essa
questão.”
Sobre candidatura a Presidente, Patrícia Zaidan disse que “muitas
mulheres falaram que era hora de ter uma mulher na Presidência porque
a gente é quase 52% do eleitorado. A primeira pergunta que fiz foi
essa: - Se ela estava inaugurando uma nova era no país porque era a
primeira vez que a tinha uma candidata com condição de vitória. E
disse que, em geral, o empresário não põe dinheiro em campanha de
mulher porque acha que mulher não se elege. Isso a gente vê no
interior. Ela parou, pensou, pensou, pensou e disse: - ‘Eu não sou
candidata. O partido vai ter que decidir isso na convenção’”. Patrícia
foi perguntada sobre o que Marta teria dito a respeito da dificuldade
no financiamento de campanha de mulheres.“Ela disse que é uma
realidade no Brasil. Mas, Dilma não mordeu (a isca - para comentar o
assunto)”.
Maria Luiza, jornalista, Revista Marie Claire (Globo):
"Gostei (do encontro). Achei que era um balaio de gato. Poderia dar
errado, mas houve interação e funcionou bem."
Luciana Gimenez, apresentadora de TV:
"Foi muito, muito bom! Cuzcuz, salada... Muito gostosa (a comida). Eu
achei a Dilma fantástica, incrível. A gente é suspeita porque, sendo
mulher, achamos que há uma sensibilidade maior. Conversa super
sensível. Gostei bastante dela. Consegui expor algumas coisas que
achava importante. Falamos algumas coisas sobre animais, lei de
imprensa, criança, aquelas coisa que eu estou sempre falando. Então,
achei interessante a conversa. A Adriane (Galisteu) convidou – para o
programa dela – e eu nem fiz discurso, disse ‘estou como ela, na
cola”. Falei de um problema sério que é a integração de banco de dados
da Polícia. Se você quer levantar informações sobre ficha policial, só
vai saber o que tem aqui em São Paulo , não saberá de outros estados.
É preciso integrar. Rápido. Ela comentou que é um problema sério, mas
que tem projeto para isso. Falei que o direito à privacidade de
crianças deveria ser igual. Se meu filho sair do carro, agora, todo
mundo vai tirar foto dele. Se fosse o Champinha –citando um caso de
menor infrator–, não poderia aparecer. Acho que a regra deveria ser
para todos. É desleal –ter diferenças no tratamento.”
Eleonora Rosset, psicanalista:
“O almoço foi uma oportunidade de ouro para os dois lados se
conhecerem. Quem não conhecia a Dilma e esteve neste almoço ficou
conhecendo intimamente. Ela falou de assuntos importantes, nacionais,
de cultura, de educação. Acho que todas que estiveram aqui fizeram as
perguntas que quiseram e saíram entusiasmadas com a Dilma. Ela não é
uma candidata oficial, mas, se for, todas –tanto pessoal da educação,
como da cultura, da universidade– gostamos muito do que ouvimos hoje.
Ela falou que somos um país rico. E nos disse o que podemos esperar
para as próximas gerações. No final, conversamos amenidades. Ela é uma
pessoa que tem uma característica muito doce. Escuta muito e a gente
não achou ela diferente, achou que ela é uma mulher como nós. Muito
gostoso o papo. Falamos de igual para igual.”
Maria Paula
”Achei excelente. Uma ótima oportunidade de ver a mulher de fibra que
é a Dilma é. Fiquei muito bem impressionada, uma mulher muito
corajosa, neste momento que está passando. É uma mulher muito
inteligente, que sabe muito do que está falando e do que está fazendo.
Foi bem impactante, para a gente, ter contato tão direto com essa
pessoa tão preparada, como é a Dilma. Estou feliz. Havia mulheres de
segmentos diferentes, pessoas que formam opinião, cada uma muito
diferente da outra, mas eu senti, pela harmonia lá dentro, que todo
mundo entrou muito na sintonia dela. Ela conseguiu harmonizar idéias
diferentes. Ela é uma mulher muito, segura, direta e competente. Ela
falou bastante de educação e do que o pré-sal pode representar no
nosso país, em curto e médio prazos. Foi muito esperançosa. Achei que
a gente tem um futuro favorável pela frente. Como mãe de um bebê
pequeno me deu um conforto ver a possibilidade de um Brasil melhor.
Dilma Roussef, comentando suas impressões do almoço:
“Foi muito agradável. Uma conversa com muita diversidade. As mulheres
que compareceram aqui, todas elas, são lutadoras. Mulheres vitoriosas
e que têm uma experiência de vida para compartilhar muito grande. Cada
uma, do seu ponto de vista, deu sua contribuição. Foi uma conversa
leve, agradável, que fluiu. A Marta fez, de fato, um almoço muito
gostoso. O ambiente era muito agradável. Foi muito bom, hoje à tarde.”
Sobre ser candidata, a ministra Dilma Rousseff comentou que foi
questionada: “Elas perguntaram e tiveram a mesma reação de vocês
–jornalistas–, quando respondi: - Nem amarrada...(riram)”.
Sobre pré-sal e o futuro do Brasil
“Falamos de pré-sal, marco regulatório do tema. E expliquei que não é
uma riqueza para a gente transformar só em petróleo, mas em educação,
antecipar o combate à pobreza. Vamos acabar com a pobreza no Brasil. O
pré-sal pode antecipar esse fim da dívida que temos com uma parte da
população brasileira. Conversamos sobre saúde. A questão de a nova
classe média não ter comprado apenas carro, computador, celular ou
casa, mas também mais livros –um ponto abordado por Luciana Villas
Boas (da Editora Record). Quando você melhora as condições de vida das
pessoas, você melhora a demanda. Passa a ter demanda por
entretenimento, por cultura. Literatura, cultura brasileira é muito
rica. Foi uma conversa diversificada. A questão da criança, da
violência. As mulheres estão antenadas e se preocupam com todos os
aspectos da vida e da sociedade. Falamos muito sobre mulher. Da
violência doméstica. Como tornar mais efetiva a Lei Maria da Penha,
que penaliza o agressor. Outro ponto, interessante, como a cultura
pode incluir. Houve diálogo e sugestões... "
Sobre Bolsa Família
Disse que Bolsa Família implica revolução nas questões familiares. A
mulher passa a ter importância central. É a mulher que recebe –o
benefício– porque é ela que cuida da família. Vínhamos num processo em
que aceleraríamos a redução do Bolsa Família, se nós não tivéssemos
tido esse interregno agora que estamos da crise internacional, que
afetou o Brasil. Acho que o Brasil retoma a tendência de diminuir
recurso para o Bolsa Família quando o crescimento retornar, de forma
sustentável, e as pessoas forem sendo incorporadas a trabalhos. Mas,
até lá, tem de ser mantido porque não é só uma rede de proteção
social. É uma forma, também, pela qual se reconhece que não se pode
adiar para daqui a um ano, dois, ou cinco, as pessoas terem direitos
fundamentais garantidos. A família precisa ter uma renda mínima,
decente, para poder se alimentar. O Bolsa Família, no governo Lula, é
um eixo dos programas sociais e articula outras políticas, como o Mais
Alimentos, toda a questão da agricultura familiar, os Territórios da
Cidadania.
Luz para Todos – comentário aos jornalistas, na entrevista após o almoço.
Estamos chegando ao fim de uma exclusão, a da luz elétrica. Três
estados do Brasil atingiram a meta de 2004 – do Luz para Todos. Tenho
uma consideração especial pelo Luz para Todos porque era ministra das
Minas e Energia, quando o programa foi lançado. Os ministros Silas e
Lobão levaram adiante. Isto é importante para a questão de as pessoas
saírem do Bolsa Família. Como é que o pescador vai resfriar o peixe,
poder congelar? Como resfriar o leite? Fazer a farinha de mandioca,
sem eletricidade, ou qualquer atividade, sem eletricidade?
Pré-sal
O pré-sal é promessa no governo Lula porque é preciso deixar marcos
para que ocorra. Para que parte do que nos cabe da renda petrolífera
fique conosco, com a nação brasileira, com o povo brasileiro. O que
nós vamos deixar é um marco, dizendo o seguinte: os recursos do
pré-sal não vêm só de royalties, nós vamos dividir quando o petróleo
sai. Quando sai da boca do poço passa a valer US$ 88. Abaixo da boca
do poço só paga de US$ 5 a US$ 15. Então, o que queremos é o acesso a
esse diferencial. É daí que poderemos ter um fundo. E vamos usar para
o quê? Este é o grande debate que temos de ter na sociedade
brasileira. Vamos usar esse dinheiro para antecipar o combate a
pobreza? Para melhorar a educação neste país? É uma riqueza volumosa.
Temos de discutir isso hoje, pois é o que vai garantir amanhã que o
conjunto da população seja beneficiado. Faremos isso o mais rápido
possível”, explicou aos jornalistas, a ministra Dilma, no final do
encontro.
Sobre o terceiro mandato
O presidente tem a convicção de que a democracia brasileira precisa de
renovação sistemática. As declarações do presidente são
autodefinidoras: da posição dele e da posição do governo.
Convidadas
Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff
Adriane Galisteu, Apresentadora (BAND)
Ana Maria Braga, Apresentadora (Globo)
Eleonora Rosset, Psicanalista
Helena Maria Diniz, Presid. OAB Mulher /SP
Hortência, Atleta
Leilah Assumpção, Dramaturga
Luciana Gimenez, Apresentadora (RedeTV)
Luciana Villas Boas, Editora Record
Maria Laura, Revista Marie Claire
Maria Paula, Casseta e Planeta
Marilena Chauí, Filósofa USP
Marta Góes, Dramaturga
Mônica Waldvogel, Jornalista e apresentadora
Monique Gardenberg, Produtora de eventos
Patrícia Zaidan, Revista Cláudia (Abril)
Viviane Senna, Instituto Airton Senna
Walnice Galvão, Escritora e professora de Literatura