Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dom Jaime no cinema

A trajetória de Dom Jaime Luiz Coelho vai virar documentário. “Jaime: Uma História de Fé e Empreendedorismo” será lançado no dia 24 de julho, no Teatro Calil Haddad. O trabalho, produzido, roteirizado e dirigido pelo jornalista Everton Barbosa, reunirá imagens de arquivo e entrevistas do e sobre o biografado, considerado uma das figuras mais importantes do município. Após o lançamento, cópias do filme serão distribuídas gratuitamente em escolas e paróquias e outras serão comercializadas.

Segundo Barbosa, a ideia para o documentário surgiu depois que ele constatou que havia pouco material audiovisual sobre Dom Jaime. Para retratar a história do biografado sob diferentes óticas, o jornalista entrevistou religiosos, pioneiros, historiadores, médicos, diretores de meios de comunicação, entre outros. “Ao todo, foram mais de 25 pessoas”, afirma. Atualmente em fase de pós-produção, o filme deverá ter entre uma hora e meia e duas horas de duração. Barbosa adianta que existe a possibilidade de que o documentário seja exibido nos cinemas da cidade.

“Dom Jaime é o maior nome da história de Maringá”, considera o jornalista. Alguns exemplos justificam o porquê. Dom Jaime construiu a Catedral Nossa Senhora da Glória; fundou a TV Cultura; o jornal Folha do Norte do Paraná; várias entidades assistenciais; e a Faculdade de Ciências Econômicas de Maringá, que, mais tarde, unida a outras, deu origem à Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Para o historiador da gerência de Patrimônio Histórico, João Laércio Lopes Leal, a trajetória do biografado mostra que ele não foi importante somente na esfera religiosa. “Ele tem uma visão ampla.” Para exemplificar, ele lembra que, nos anos 60, Dom Jaime foi um dos criadores da Frente Agrária Paranaense, que tinha o objetivo de combater o avanço do comunismo.

A propósito, uma das características dele é o engajamento. Quem diz isso é o padre Orivaldo Robles, que, em 2007, lançou o livro “A Igreja que Brotou da Mata - Os 50 anos da Diocese de Maringá”. “Dom Jaime nunca ficou em cima do muro”, conta. Robles lembra que, em 1959, Dom Jaime se irritou com a postura do governo do Estado, que parecia se preocupar quase que somente com a região de Curitiba. Por isso, ele propôs a divisão do Paraná. “Ele defendeu a criação que do Estado de Paranapanema, que seria toda a região norte do Estado, com capital em Londrina.”

Na religião, Dom Jaime sempre teve ligação próxima com o Vaticano. Nos anos 60, ele participou de todas as quatro sessões do Concílio Ecumênico Vaticano 2º, proposto pelo então papa, João 23. Ao todo, foram discutidos 16 assuntos, entre os quais a natureza da igreja, o relacionamento com outras religiões e o trabalho de evangelização.

Dom Jaime chegou a Maringá em 1957, depois de ser nomeado o 1º bispo do município pelo papa Pio 12. Ele veio de Ribeirão Preto. “Maringá cresceu muito rápido e, hoje, o poder público precisa pensar mais na estrutura dos novos loteamentos”, diz o biografado. Dom Jaime foi bispo até 1997. Durante a trajetória, recebeu ainda, em 1980, o título de professor Honoris Causa na UEM, na qual foi professor de Ética e Sociologia. Apenas mais um dos muitos méritos conquistados.

*Reportagem publicada no jornal O Diário. Por Tiago Ramari

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