Lucimar Moreira Bueno(Lucia) - www.lucimarbueno.blogspot.com

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Espiritualidade da Pastoral da Juventude (PJ)

A espiritualidade é o que nos alimenta e nos da vida. É o sopro de Deus que age em nosso ser. Todos nós temos já pela escolha de Deus um espírito que nos anima. Essa espiritualidade necessita ser alimentada no dia a dia e no contato íntimo com Deus através da palavra, que nos leva a se comprometer com o outro e a outra, com a comunidade e com a transformação de tudo que é contrário ao que Deus quer. Por isso dizemos que a espiritualidade da Pastoral da Juventude é: Cristocêntrica – centrada em Jesus, amigo companheiro de caminhada.

Mariana – Maria se compromete com o projeto de Deus. É exemplo de fidelidade, disponibilidade, entrega.

Comunitária e eclesial – pois é no grupo e comunidade na que o jovem se identifica, partilha suas experiências e sonhos.

Leiga e Missionária – a presença do espírito nos grupos e comunidades instiga o jovem a servir os outros e a descobrir sua vocação missionária.

Encarnada e libertadora – O filho de Deus se encarna na realidade humana. Tem uma ligação de fé e vida. Tal presença é ativa e efetiva lutando pela libertação.

Orante – valoriza os momentos de oração pessoal e comunitária. A liturgia e as celebrações expressam a espiritualidade que nos alimenta e anima.

Celebrativa – a alegria da juventude manifesta-se na celebração da vida e do Espírito como festa inspirada na vitória pascal. A realização de encontros, festas, liturgia, caminhadas... são momentos de viver o Deus-felicidade que nos anima e revigora para a ação concreta.

A Teologia da Libertação é a nossa referência com a fundamentação da fé e o compromisso de luta e pé no chão. Nossa opção é de uma espiritualidade da libertação e da opção da Igreja pelos pobres. Podemos dizer então que a espiritualidade das Pastorais da Juventude é uma espiritualidade da alegria e anúncio de Jesus da vida, com a cara e o jeito da juventude.

Por isso necessitamos investir na nossa formação espiritual, participando e realizando momentos de estudo da palavra, Escolas Bíblicas e Litúrgicas e conhecimento do Ofício Divino das Comunidades e da Leitura Orante, para cultivar uma espiritualidade inculturada e ecumênica.

Espiritualidade e Mística - Construídas na auto-avaliação da PJ no seminário nacional da PJB em julho 2003

Falta a compreensão de qual é a mística da PJ; é necessário reafirmar nossa Espiritualidade Cristocêntrica e Mariana, encarnada na realidade de comunhão e participação; (Ajuda a entender que esse jeito se dá na prática. Não só entender mas ajudar a ver que nossa espiritualidade e mística são propostas que perpassam nossa vida e nosso cotidiano); Como fazer chegar à base os instrumentos pelos quais fazemos opção? Falta motivar para a criação de novos cantos e instrumentos e, também, fazer conhecer os existentes; Trabalhar uma fé que sustente para a luta; Ter clareza dos ritos (conhecer, entender e saber); Falta formação para espiritualidade; Falta um “lema”, um eixo comum. Uma “marca” da espiritualidade da PJ; Estabelecer mais parcerias (CEBs, Rede Celebra...) para proporcionar Escolas Bíblicas, Litúrgicas, Ofício Divino das Comunidades, Leitura Orante da Bíblica... A PJ deveria ter um CD de cantos, Ofícios, mantras... Estabelecer um “projeto” de espiritualidade nos moldes do SINM. Estudar Jesus a partir de indicativos relacionados por ano; Ter instrumentos com menos custos (ou grátis) e que cheguem; Que o próprio Jornal Juventude seja instrumento dessa ação, de forma sistemática e não com matérias.

Eclesialidade
Somos desafiados (as) a viver dentro da Macro-Igreja Hierárquica. Mas com resistência. Enfrentamos e fazemos acontecer. Muitas vezes reproduzimos o Poder da Hierarquia da Igreja em nossa organização. Questionamento: Dentro da Igreja nossa prática é coletiva?

Dimensão Política
O ANALFABETO POLÍTICO
"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política... Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."Bertold Brecht

A Pastoral da Juventude exerce o papel fundamental de: Fomentar nos jovens senso crítico e capacidade de analisar a realidade cultural e social do mundo onde vivem. Formar os jovens na Doutrina Social da Igreja e nas ciências humanas para transformar a estrutura. Ajudar o jovem a integrar sua dimensão de fé com o compromisso sóciopolítico.

Levar o jovem a conhecer o Marxismo, o Capitalismo Liberal, a Doutrina da Segurança Nacional, para que possa dar respostas adequadas a estas ideologias a partir do Humanismo Cristão e discernir, nos sinais dos tempos, os que são enganadores e ilusórios.

No engajamento sóciopolítico a PJ precisa trabalhar ao mesmo tempo pela conversão dos corações e pela melhoria das estruturas.

Os Meios de Comunicação modernos muitas vezes são utilizados por determinados grupos para infiltrar nos jovens ideologias e práticas anti-comunitárias. É necessário, portanto, formar o senso crítico da juventude diante das mensagens transmitidas pela imprensa, rádio, cinema e televisão. O desenvolvimento do senso crítico deveria ser uma preocupação da Pastoral da Juventude.

Finalmente, deve-se insistir na formação moral dos jovens, formação pessoal, social e política, fundamentada nos valores do Reino. Ela deve impulsionar os jovens e adolescentes a uma honestidade de princípios que dê primazia ao social face aos interesses individuais, que leve à opção pelo compromisso político e à consciência de cidadania inspirados na Fé. (Fonte: Pastoral da Juventude do Brasil. Documentos da CNBB - 44.)

A discussão política, para ser conseqüente, exige o conhecimento mínimo de conceitos básicos, que forma o "politiquês" no Brasil. A politização do jovem, necessária para transformá-lo em cidadão consciente e participativo, exige certa familiaridade com a cultura e a história. Este é o objetivo do resumo apresentado a seguir, onde estão expostos os principais conceitos necessários ao entendimento da política. (Fonte:Juventude Consciente - Xico Graziano - 2002, Editora Pontes.)

Fonte: PJ Maringá