Bento XVI apresentou um novo «modelo de desenvolvimento» para passar da crise econômica e social à esperança, constata o porta-voz vaticano. Este modelo, segundo explica o Pe. Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, baseia-se em três palavras: «justiça», «sobriedade» e «solidariedade».
Segundo refletiu o sacerdote no último número de «Ocatava Dies», jornal do Centro Televisivo Vaticano, do qual também é diretor, a uma crise econômica e social que tem causas morais devem-se oferecer respostas de caráter moral.
O porta-voz vaticano apresenta sua análise comentando as últimas intervenções do Papa, em particular sua primeira homilia do ano novo, na qual afirmou: «A atual crise econômica global deve ser vista como um campo de provas, como um desafio, e não só uma emergência à qual dar respostas de vistas míopes».
Deste modo, constata o sacerdote, o Papa propõe um novo «modelo de desenvolvimento», exigido «não só pelas dificuldades financeiras imediatas, mas pelo estado de saúde ecológica do planeta e – sobretudo – pela crise cultural e moral, cujos sintomas são evidentes em todas as partes do mundo».
O bispo de Roma apresenta, segundo a síntese do porta-voz, um método para o compromisso comum: «opções de justiça e sobriedade, opções de solidariedade, que freiem a avidez insaciável que suscita lutas e divisões, que moderem a mania de possuir para poder estar dispostos a compartilhar e acolher-nos reciprocamente».
«A pobreza do próprio Cristo, a história da espiritualidade e do compromisso cristão pelos demais são apresentadas a nós como exemplo eficaz para caminhar nesta direção», explica o Pe. Lombardi.
«Porque o espírito de pobreza, ser livres do egoísmo, é o instrumento eficaz que nos faz capazes de combater a pobreza injusta, material e moral, que envelhece a dignidade humana e é a origem de tensões, ódios e conflitos», assegura.
Certamente – reconhece o diretor da Sala de Imprensa –, os problemas do mundo de hoje são imensamente complexos, mas alguns pontos de partida para buscar respostas de longo alcance são mais simples e claros. Porém, é necessário querer aceitá-los.»