Pe. Pedro Odair Machado*
Em janeiro de 2009, 5.564 prefeitos e, mais ou menos, 50.000 mil vereadores, tomam posse nos diversos municípios brasileiros. É um reviver na esperança do povo brasileiro que pode se frustrar, logo depois dos primeiros seis meses da posse. O que se espera deles? Noticiam barbaridades no mundo político. A corrupção é uma das mais graves deformações da prática política e tem semeado no meio do povo a descrença. A corrupção contamina, espalha cheiro de podridão por todo lado. O político corrupto é alguém que perdeu a consciência e, consequentemente, a família e os amigos.
Numa palestra do Ceia Familiar, um pai deu um testemunho belíssimo. Segundo ele, chegou à cidade um parque de diversão. O mural avisava que maiores de sete anos pagavam a entrada enquanto que os menores podiam pular a roleta. Este senhor levou seus dois filhos ao parque, um com mais de sete anos e o outro, com menos. O bilheteiro era seu amigo. O caçula pulou a roleta, porém o seu amigo bilheteiro o aconselhou a pular também o filho maior. O pai não concordou com aquela gentileza do amigo. Contudo, o bilheteiro quis saber por que ele não queria pular o outro filho a roleta, pois ninguém ia perceber. Então, o pai explicou: - “Tenho que ensinar o certo para os meus filhos desde as pequenas coisas. Pois, se no futuro um deles virar um golpista, um ladrão, um corrupto, perguntarei a ele: ‘meu filho, quando foi que lhe ensinei a enganar e a tapear os outros?’ E, assim, ele poderá me responder: - ‘naquele dia que o senhor me pulou a roleta’”. A ética aprende-se pela educação. Não dá para ser meio ético, não dá para querer ser privilegiado pela lei ou pelo “jeitinho”.
Há muito tempo, um candidato a vereador quis uma orientação minha, caso ele fosse eleito. Três coisas, portanto, sugeri: - 1º.) Não venda nem troque a sua consciência; 2º.) Não venda nem troque a sua família; e 3º.) Não brinque com os pobres. Ele foi um dos mais votado dos vereadores, na época.
Não vender nem trocar a consciência. Têm alguns que ocupam cargos eletivos como ou piores do que muitos dependentes químicos. Perdem a vergonha. Perdem a ética, ou seja, os princípios fundamentais e até o sentido da sua missão. Aquilo que deveria ser realizador para eles, transforma-se na maior mentira. Não buscam o bem comum. Usam o poder para benefício próprio. Acreditam que no poder, podem mentir, enrolar, prometer, pois o povo é ignorante e de memória curta . Alguns resultados da última eleição mostram isto. Mentem para eles mesmos. Tudo se transforma numa mentira, inclusive, a sua família e seus amigos. O cargo que ocupam é uma espécie de libido (“O Príncipe” - capítulo XVIII – Maquiavel).
Não vender nem trocar a família. É uma das conseqüências da perda de vergonha e da ética, e comenta-se que por causa da sua obsessão pelo poder, alguns deixam entrar em suas casas, coisas que jamais aceitariam antes, prostituição, adultério, fornicação e todo tipo de taras. Anestesiados, permitem que seus amados se tornem vítimas da sua libido. Os meios de comunicação têm mostrado alguns destes escândalos. Jamais a esposa e/ou os filhos podem ser substituídos por um correligionário ou bajulador. Às vezes, este se torna mais confidente do que a esposa.
O que se espera dos novos prefeitos e vereadores? Não brincar com os pobres. A Igreja ensina que “a política é a forma mais perfeita de caridade”. Não criar fachadas. Que não usem oração ou versículos da bíblia na abertura de alguma sessão ou reunião por protocolo para impressionar ou justificar algo camuflado, mas que ajam verdadeiramente comprometidos com os valores cristãos. Que defendam a vida, promovam os direitos humanos, tenham atitude ética e um compromisso sério com o bem de todos, especialmente, dos mais empobrecidos. Eles são o próprio Jesus Cristo (Mateus 25, 45s).
Prefeitos e vereadores eleitos, os senhores foram ungidos, isto é, receberam uma missão de Deus pelo voto do povo, pois toda autoridade vem de Deus. Comportem-se como homens de Deus porque, um dia terão que prestar contas diante de Deus da missão recebida, acreditando ou não.
*Assessor Diocesano da Pastoral da Comunicação
Em janeiro de 2009, 5.564 prefeitos e, mais ou menos, 50.000 mil vereadores, tomam posse nos diversos municípios brasileiros. É um reviver na esperança do povo brasileiro que pode se frustrar, logo depois dos primeiros seis meses da posse. O que se espera deles? Noticiam barbaridades no mundo político. A corrupção é uma das mais graves deformações da prática política e tem semeado no meio do povo a descrença. A corrupção contamina, espalha cheiro de podridão por todo lado. O político corrupto é alguém que perdeu a consciência e, consequentemente, a família e os amigos.
Numa palestra do Ceia Familiar, um pai deu um testemunho belíssimo. Segundo ele, chegou à cidade um parque de diversão. O mural avisava que maiores de sete anos pagavam a entrada enquanto que os menores podiam pular a roleta. Este senhor levou seus dois filhos ao parque, um com mais de sete anos e o outro, com menos. O bilheteiro era seu amigo. O caçula pulou a roleta, porém o seu amigo bilheteiro o aconselhou a pular também o filho maior. O pai não concordou com aquela gentileza do amigo. Contudo, o bilheteiro quis saber por que ele não queria pular o outro filho a roleta, pois ninguém ia perceber. Então, o pai explicou: - “Tenho que ensinar o certo para os meus filhos desde as pequenas coisas. Pois, se no futuro um deles virar um golpista, um ladrão, um corrupto, perguntarei a ele: ‘meu filho, quando foi que lhe ensinei a enganar e a tapear os outros?’ E, assim, ele poderá me responder: - ‘naquele dia que o senhor me pulou a roleta’”. A ética aprende-se pela educação. Não dá para ser meio ético, não dá para querer ser privilegiado pela lei ou pelo “jeitinho”.
Há muito tempo, um candidato a vereador quis uma orientação minha, caso ele fosse eleito. Três coisas, portanto, sugeri: - 1º.) Não venda nem troque a sua consciência; 2º.) Não venda nem troque a sua família; e 3º.) Não brinque com os pobres. Ele foi um dos mais votado dos vereadores, na época.
Não vender nem trocar a consciência. Têm alguns que ocupam cargos eletivos como ou piores do que muitos dependentes químicos. Perdem a vergonha. Perdem a ética, ou seja, os princípios fundamentais e até o sentido da sua missão. Aquilo que deveria ser realizador para eles, transforma-se na maior mentira. Não buscam o bem comum. Usam o poder para benefício próprio. Acreditam que no poder, podem mentir, enrolar, prometer, pois o povo é ignorante e de memória curta . Alguns resultados da última eleição mostram isto. Mentem para eles mesmos. Tudo se transforma numa mentira, inclusive, a sua família e seus amigos. O cargo que ocupam é uma espécie de libido (“O Príncipe” - capítulo XVIII – Maquiavel).
Não vender nem trocar a família. É uma das conseqüências da perda de vergonha e da ética, e comenta-se que por causa da sua obsessão pelo poder, alguns deixam entrar em suas casas, coisas que jamais aceitariam antes, prostituição, adultério, fornicação e todo tipo de taras. Anestesiados, permitem que seus amados se tornem vítimas da sua libido. Os meios de comunicação têm mostrado alguns destes escândalos. Jamais a esposa e/ou os filhos podem ser substituídos por um correligionário ou bajulador. Às vezes, este se torna mais confidente do que a esposa.
O que se espera dos novos prefeitos e vereadores? Não brincar com os pobres. A Igreja ensina que “a política é a forma mais perfeita de caridade”. Não criar fachadas. Que não usem oração ou versículos da bíblia na abertura de alguma sessão ou reunião por protocolo para impressionar ou justificar algo camuflado, mas que ajam verdadeiramente comprometidos com os valores cristãos. Que defendam a vida, promovam os direitos humanos, tenham atitude ética e um compromisso sério com o bem de todos, especialmente, dos mais empobrecidos. Eles são o próprio Jesus Cristo (Mateus 25, 45s).
Prefeitos e vereadores eleitos, os senhores foram ungidos, isto é, receberam uma missão de Deus pelo voto do povo, pois toda autoridade vem de Deus. Comportem-se como homens de Deus porque, um dia terão que prestar contas diante de Deus da missão recebida, acreditando ou não.
*Assessor Diocesano da Pastoral da Comunicação
Pároco da Paróquia Cristo Rei de Apucarana – PR.